quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Estilo rolo compressor de Helder deixa peemedebistas a mil

Peemedebistas – vários e diversos – estão a mil.
Acham que desta vez, com a revelação feita aqui no blog, de que um profundo mal-estar domina o partido, em decorrência do episódio do ingresso de Zeca Pirão no PMDB, pelas mãos do prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho (no traço de J.Bosco), e de sua mãe, a deputada federal Elcione Barbalho, pois acham os peemedebistas que desta vez será necessário fazer alguma coisa para deter o estilo Helder de ser e de fazer política, o estilo rolo compressor de Helder.
Helder, conforme contou o blog nesta última terça-feira (22), tem sido o timoneiro, o condutor de um rolo compressor que começa nele e se esgota nele mesmo.
Com seu estilo, de atropelar politicamente os peemedebistas que ousarem atravessar no seu caminho, tem ignorado as mínimas regras de companheirismo partidário, tem desconhecido a delimitação de espaços políticos, tem solenemente desprezado conveniências de ordem familiar, enfim, atropela qualquer um e qualquer coisa para adubar a horta de Elcione.

Priante, a vítima mais recente
A vítima mais recente do rolo compressor de Helder foi o ex-deputado federal José Priante, que é primo de Sua Excelência o deputado federal Jader Barbalho, presidente regional do PMDB e pai de Helder.
Independentemente dos laços de parentesco, todavia, Priante foi atropelado, ainda que carregue no currículo a condição de peemedebista histórico e com longa trajetória política, que inclui o exercício dos mandatos de vereador e deputado federal, ex-candidato do partido ao governo do Estado e à Prefeitura de Belém, além de deter atualmente o cargo de presidente do Diretório Municipal do PMDB na Capital.
Mas os peemedebistas que estão a mil, e que há muito vêm testemunhando ou mesmo sofrendo na pele o estilo rolo compressor de Helder, não chegam a estranhar que o prefeito de Ananindeua tenha cooptado Zeca Pirão para ingressar na legenda e trabalhar em dobradinha com Elcione, na eleição do ano que vem.
Por que os peemedebistas que estão a mil não chegam a estranhar tanto esse episódio?
Porque têm conhecimento – e alguns mesmo testemunharam de corpo presente – um episódio emblemático, envolvendo Helder e ninguém menos que seu pai, Jader.

“O papaizinho aqui é que lhe ajuda...”
O episódio – do conhecimento, repita-se, de vários, senão de muitos peemedebistas – ocorreu nas eleições de 2006, quando Jader e Elcione disputavam vagas para a Câmara dos Deputados, em eleição na qual ambos acabaram se elegendo.
Lá pelas tantas da campanha - segundo narram ao blog peemedebistas que acompanharam de perto o episódio -, Helder, no afã de ajudar a mãe a se eleger, chegou a proibir que peemedebistas fizessem propaganda em Ananindeua, em favor de Jader. Nesse sentido, chegou a proibir que carros de som do PMDB circulassem por lá com a propaganda do próprioo pai.
O comandante-em-chefe do PMDB exasperou-se.
Durante uma reunião interna da legenda, e na frente do próprio Helder e de vários outros peemedebistas, passou um reprimenda no prefeito.
Passou-lhe um carão daqueles, como se dizia antigamente.
Passou-lhe uma reprimenda que mais soou como um ralho daqueles em que o pai sobe o tom e fica muito próximo de cair na tentação de dar umas boas palmadas no filho.
Jader, na frente de vários peemedebistas e do próprio Helder, recriminou-lhe a atitude e disse que não recebeu aquele tipo de tratamento nem quando fazia suas campanhas na época da ditadura militar.
- Você fica com esse negócio de mamãezinha pra cá, mamãezinha pra lá... Mas o papaizinho aqui é que tem lhe ajudado a se eleger – disparou Jader durante a reunião, dirigindo-se ao filho, sob o testemunho, vale insistir, de dezenas de pessoas.

As dificuldades para reclamar
Os peemedebistas que estão a mil, após o angu criado pelo ingresso de Pirão no PMDB, confessam ao blog que têm dificuldades de externar internamente suas queixas contra Helder.
E as dificuldades decorrem do óbvio motivo de que Helder, além de ser o prefeito de Ananindeua, segundo maior município do Estado, é filho do presidente do partido.
E não só isso.
Sabem os peemedebistas que estão a mil que Helder representa, para o papaizinho Jader, que o ajuda a se eleger, a encarnação do futuro do PMDB no Pará.
Os peemedebistas que estão a mil sabem que, no momento, o único capaz de conter os ímpetos juvenis e o estilo rolo compressor de Helder é o próprio Jader.
Mas sabem também, os peemedebistas a mil, que Jader muitas vezes se vê em saias-justas, justíssimas, como agora, com esse angu em que se transformou o PMDB com a entrada de Pirão.
Mesmo com sua enorme ascendência sobre o partido e com a mão de ferro com que comanda o PMDB, Jader, reconhecem os peemedebistas, não consegue muitas vezes superar contingências que misturam a sua condição de pai à sua condição de liderança maior do PMDB no Estado.
E em meio a essas contingências, essas limitações, é que Helder vai em frente.
Vai em frente com a mão ao volante do rolo compressor que é ele mesmo.

O risco no desgaste na imagem
Mesmo que se encontrem a mil, de tão agastados com o estilo Helder de ser, os peemedebistas deploram que o prefeito de Ananindeua esteja queimando sua imagem e a de sua mãe, ao enveredar por vias e caminhos que desconhecem os limites da prudência e da moderação política.
Acham os peemedebistas que Helder deveria canalizar suas ambições pelo bem do partido, e não dele próprio.
Relembram, nesse sentido, o estilo do próprio Jader, que já foi capaz, certa vez, de ir a Marabá e pedir, de cima de um palanque, que os eleitores votassem não nele, Jader, mas em Asdrúbal Bentes, o candidato da área que então concorria à Câmara dos Deputados.
De outro lado, reconhecem os peemedebistas na deputada federal Elcione Barbalho uma parlamentar atuante, mas que corre o risco de ser também atropelada por hostilidades, antipatias e rejeições criadas não propriamente por ela, mas por seu filho prefeito.
Acham os peemedebistas, mesmo assim, que ainda há tempo para Helder se converter a um estilo, digamos, mais light de ser.
Não precisa, acham os peemedebistas, que ele se transforme numa Ferrari.
Mas é preciso que deixe de ser o rolo compressor que tem sido.
Urgentemente.

6 comentários:

Anônimo disse...

Isto que o " Espaço ..." narra não aconteceu apenas em reuniões internas. Quem estava presente a um comício de Helder, na rua Zacharias de Assunção, testemunhou quando Jáder disse mais ou menos isso: voce pediu e eu me afastei porque aqui era espaço político da sua mãe. Agora, em dificuldades, você pede e aqui estou eu.
Na frente da Governadora do Estado e de centenas de pessoas.

Anônimo disse...

Acho que ele só é reflexo do espelho do pai, tudo no PMDB está em torno dele.

Anônimo disse...

vocês todos vão ficar boquiaberto com a indicação da elcione
o páreo vai ser duro
mulher contra mulher
com uma grande diferença ,a elcione trabalha e tem resultado

Hiroshi Bogéa disse...

Parceiro, o lance aí do Jader num palanque, em Marabá, pedindo votos pro Asdrubal, eu testemunhei, assistindo ao comício do PMDB. Corretíssima, essa passagem de seu post. Parabéns pelo flashback. Abs

Anônimo disse...

A estratégia está bastante clara: Jader vem para Deputado Federal, leva a tira-colo a Morgado, enquanto Elcione sai candidata ao Senado. Ai quem será o laranja para sair como candidato ao governo do estado? Priante tendo como vice do pirão.

Poster disse...

Caro Bogéa,
Com seu testemunho a favor (rsss), ficou bem mais tranquilo.
E gratificado.
Grande abraço.