domingo, 27 de setembro de 2009

Papel da família não pode ser ignorado

No AMAZÔNIA:

É fato que, antes de um problema relativo à escola, o consumo de entorpecentes entre os jovens concerne à orientação e formação deles dentro do espaço familiar. O major Jorge Vasconcelos, da Cipoe, explica que o controle das drogas dentro dos espaços de ensino depende da ação de pais e responsáveis. 'Nós, da polícia, precisamos ter suspeita fundada para executar uma revista, por exemplo. Além disso, os professores e diretores das escolas não têm como procurar drogas na mochila de centenas de alunos todos os dias. Querendo ou não, os jovens precisam ser orientados e monitorados sobretudo pela família, recebendo orientações dentro de casa', comenta.
Mesmo assim, a ideia de implementar políticas preventivas nas escolas é vista com bons olhos por especialistas da área. A doutora em Psicologia da Educação Ivany Nascimento, que coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Juventude (Gepjurse) da Universidade Federal do Pará (UFPA), acredita que a responsabilidade do Estado sobre os adolescentes pode – e deve – ser estendida ao espaço pedagógico. 'A aprovação de uma lei simboliza a responsabilização do Estado por nossos adolescentes. Afinal, o consumo da droga envolve uma rede complexa de fatores de influência, que vai do espaço familiar ao entorno das escolas de zonas mais carentes, da presença dos professores na formação psicossocial de seus alunos à vigilância das autoridades de segurança', afirma.
Atualmente desenvolvendo um trabalho em escolas de Manaus (AM), Ivany reforça, porém, que a lei não deve se limitar a palestras e eventos pontuais; deve, sobretudo, ser encarada como um convite à conscientização de pais, professores e da comunidade escolar. 'Assim como a família, a escola é uma instituição responsável pela formação do sujeito. E a lei precisa ser posta em prática no dia a dia. Sabemos das dificuldades relativas à própria sala de aula, por exemplo, e elas têm envolvimento direto com o uso de drogas e a violência e criminalidade entre o alunado', afirma. 'Uma mudança a longo prazo no próprio sistema de educação de nosso País, a meu ver, deveria ser encaminhada junto às campanhas para coibir a violência escolar', reitera.

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