domingo, 27 de setembro de 2009

Vender não é a pretensão

Por LEANDRO LAGE, do Amazônia:

O Remo não corre o risco de perder o Baenão na Justiça do Trabalho. Embora a sede campestre de Benfica tenha sido leiloada em julho de 2008, o estádio Evandro Almeira dificilmente terá o mesmo destino. A dívida azulina é grande, mas inferior ao valor da praça esportiva, avaliada em pelo menos R$ 38 milhões. Portanto, essa desculpa não serve para justificar uma possível negociação do imóvel. Porém, se o presidente Amaro Klautau conseguir um generoso investidor, é provável que o clube e a torcida do Leão tenham uma nova casa nos próximos anos.
Em vez de vender o Evandro Almeida, como andam dizendo, a diretoria azulina quer mesmo é fazer uma permuta. O objetivo é negociar com uma empresa incorporadora, que ficaria responsável por adquirir um terreno afastado do centro da cidade - portanto, desvalorizado - e construir um estádio modesto, mas com capacidade para 20 mil torcedores. Em troca, o Remo cederia toda ou parte da área onde fica a praça esportiva. 'Não vai haver a venda. Até porque, se houvesse, eu não assinaria. O que tentaremos fazer é uma negociação', explica o advogado Mauro Maroja, vice-presidente do departamento jurídico do clube.
Na semana passada, quando Amaro Klautau revelou a pretensão de 'vender' o Baenão para quitar dívidas do clube, surgiram diversas desconfianças. A primeira delas era em relação a um possível leilão do estádio pela Justiça do Trabalho. Mas, segundo Mauro Maroja, a praça azulina é o único patrimônio do clube que não está ameaçado. Apenas o Carrossel, área anexa ao Baenão, já foi citado em processos trabalhistas como bem a ser penhorado. 'Ninguém venderá um patrimônio por dívidas trabalhistas. Até porque, entre as dívidas, não há nenhum valor que abrangeria o Baenão inteiro', explica.
A cúpula azulina calcula que, para erguer um novo estádio, se gastará pelo menos R$ 20 milhões. O resto do dinheiro da permuta seria usado para quitar as dívidas do clube, que, de acordo com Maroja, chegam a R$ 17 milhões. Contudo, além de conseguir uma empresa com caixa suficiente para investir tanto num empreendimento a longo prazo, Klautau também precisará convencer os conselheiros do Remo a votarem a favor do negócio. Para isso, tem agido rápido. Na última segunda-feira, durante a reunião do Conselho Deliberativo, o dirigente conseguiu o apoio do influente conselheiro Ubirajara Salgado.

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