No AMAZÔNIA:
Quem disse que jovem não é solidário e que só se envolve em coisas ruins? Quem pensa assim, além de estar sendo preconceituoso, está completamente equivocado. O Círio de Nazaré é um bom exemplo de que os jovens não só participam de coisas boas como também atuam de forma coletiva e solidária. Só para se ter uma idéia, mais da metade dos voluntários da Cruz Vermelha é composta por pessoas com idades entre 15 e 25 anos. O número é alto, pois a entidade possui mais de 11 mil voluntários todos os anos, atuando no Círio, no atendimento a romeiros que passam mal durante as procissões e que precisam ser levados em macas, no meio da multidão, para receber atendimento médico.
Eles também estão presentes em diversos trechos da procissão, unidos a outros jovens, seguindo e reverenciando Nossa Senhora de Nazaré. No Colégio Marista, 240 adolescentes e jovens se revezam, em duplas, durante todo o trajeto do Círio, carregando as bandeiras dos municípios paraenses, do colégio, do Pará e do Brasil. O pelotão das bandeiras na abertura da procissão já é uma tradição no maior evento religioso do Estado e já faz parte da vida dos alunos e ex-alunos do colégio. Há também alunos de várias escolas de Belém, sobretudo do 3º ano do ensino médio, que acompanham a procissão na corda, pagando promessas ou mesmo pedindo à Virgem aprovação no vestibular.
Mas, a participação dos estudantes maristas não está presente apenas no pelotão das bandeiras, na abertura do Círio. Segundo o coordenador da Pastoral da Juventude do colégio, Jadir Ramos de Almeida Júnior, de 23 anos, os alunos integram a pastoral e desenvolvem ações de solidariedade ao longo de todo o ano, participando de encontros semanais bíblicos, fazendo doações de alimentos, visitas a hospitais, creches e entidades de atendimento a pessoas carentes e doentes, apresentando peças teatrais, brincadeiras, histórias, dentre outras atividades. 'Desenvolvemos várias atividades solidárias no que chamamos de ‘Trabalho Apostólico Concreto’. Um exemplo desse trabalho é feito no município de Marapanim, para onde levamos música, oficinas de empreendedorismo, entre outras atividades. O trabalho é recompensador e atrai uma grande quantidade de jovens do colégio', disse o coordenador, destacando que cerca de 150 adolescentes e jovens fazem parte da PJ, no colégio.
Na noite da Trasladação, os alunos se unem a professores e funcionários do Colégio Marista para distribuir um sopão para os trabalhadores que varrem e limpam as ruas para a realização da procissão do Círio, no dia seguinte. O trabalho começa na manhã de sábado, com o corte dos legumes e a preparação do sopão. Ou seja, ao longo de todo o final de semana do Círio, os jovens estão participando, intensamente, da programação. A maioria já não consegue nem imaginar o Círio sem o trabalho que desenvolvem todos os anos. Mas o que os motiva a essa participação? A maioria responde de imediato: a fé.
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