No AMAZÔNIA:
O vereador Paulo Couto, irmão do prefeito de Marituba, Bertoldo Couto, procurou ontem a seccional daquele município para comunicar um assalto do qual ele, a esposa e o filho do casal foram vítimas, na madrugada de ontem. Três homens armados com pistolas invadiram o sítio onde mora o vereador, na rua da Cerâmica, e ameaçaram a família por mais de três horas. Além de levar vários pertences da família, os assaltantes teriam feito ameaças e declarado que a morte de Paulo teria sido encomendada.
A invasão ao sítio de Paulo Couto ocorreu quinta-feira, por volta das 22h30. O vereador chegava em casa, sozinho, em seu carro, quando se deparou com os três desconhecidos já dentro de sua propriedade. 'Eles já estavam dentro do sítio me esperando', conta a vítima.
A mulher do vereador, a universitária Selma Couto, que havia saído do quarto para receber o marido, também foi rendida, juntamente com o filho, de 4 anos de idade. 'Meu filho viu tudo. Eles nos ameaçavam na frente da criança', diz Selma.
Paulo e Selma tiveram as mãos e pés amarrados e ficaram com os olhos vendados durante boa parte do tempo, enquanto os assaltantes reviravam a casa em busca de dinheiro e armas. 'Um deles disse que estavam aqui a mando de uma pessoa que me odiava muito e que tinha prometido R$ 15 mil para que eles me matassem. Eu perguntei quem foi essa pessoa e eles disseram que foi o Antônio Armando', conta Paulo Couto. 'Não estou acusando ninguém. Estou apenas dizendo o que eles disseram aqui', ressalvou.
Um dos assaltantes, segundo Selma, falou várias vezes por telefone com alguém a quem chamada de 'doutor', supostamente a pessoa que teria encomendado a ação criminosa. 'Foram, pelo menos, uns dez telefonemas. Ele ligava toda hora para pedir orientações, para receber ordens, para dizer como estava aqui etc', lembra Selma, para quem a hipótese de crime político não deve ser descartada. 'Não posso dizer se foi ‘A’ ou ‘B’, mas que isso deve estar relacionado à política, isso, com certeza! Digo isso porque se quisessem apenas assaltar não teriam esperado o Paulo chegar. Eles mesmos disseram que estavam aqui dentro do sítio escondidos, já há um bom tempo, e que já tinham entrado aqui outras vezes para observar a área. Eles sabiam que eu estava sozinha com o meu filho. essa teria sido a melhor oportunidade, se realmente quisessem só roubar', supõe Selma. 'Além disso, se estivessem apenas interessados nas nossas coisas não perderiam tempo acusando outras pessoas. Eles entraram às 22h30 e só saíram às 2 horas da manhã (de ontem). Comeram, beberam e nos humilharam muito', falou.
Na fuga, os assaltantes levaram o carro de Paulo, uma pick up Truck, de placas JVS 8494. Levaram também dois aparelhos de TV, um de DVD, outro de som, computador, roupas, sapatos, celulares, relógios, documentos, entre outros. Apenas o carro havia sido recuperado, até ontem de manhã. Ele foi abandonado no Guamá, às proximidades do canal do Tucunduba.
O caso foi registrado na Seccional de Marituba, mas, segundo os plantonistas daquela unidade policial, o inquérito deve ser aberto na Delegacia do Decouville, já que o sítio de Paulo Couto fica no bairro São Francisco, área que faz parte da circunscrição da delegacia.
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