No AMAZÔNIA:
Palco do Fórum Social Mundial neste ano, Belém vive um boom de crimes violentos, segundo dados divulgados pelo governo do Pará anteontem. Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para a Segup mostra que os registros de homicídios, latrocínios, estupros, roubos e extorsões subiram, juntos, 38,1% no ano passado em relação a 2007. No período anterior, a variação foi bem menor: 18,5%. Desses crimes, os assassinatos tiveram a maior variação: 39,2%. Em 2008, foram 1.057 pessoas mortas na região metropolitana de Belém - formada por outros quatro municípios e que concentra 2 milhões de habitantes -, contra 759 no período anterior.
Os roubos também tiveram um aumento percentual parecido: 38,6%. Foram de 32.232 para 44.673 registros. Quando contados todos os boletins de ocorrência, que incluem também as contravenções penais, houve um aumento geral de 21%. Dos 37 delitos analisados, apenas seis tiveram decréscimo. De 2006 a 2007, o aumento foi de apenas 3,2%. Em números absolutos, o bairro mais violento é o Guamá, onde fica um dos principais pontos de eventos do fórum: a Universidade Federal do Pará (UFPA).
O FSM começa na próxima terça-feira. A organização do fórum diz que não comentará o levantamento. A divulgação foi feita em meio à pressão da imprensa local e de entidades da sociedade civil para que os dados voltassem a vir a público, o que não ocorria desde setembro de 2007, segundo o Dieese.
A pressão também é resultado de uma crise política vivida na pasta da Segurança. A crise levantou dúvidas, especialmente por parte dos opositores da governadora Ana Júlia Carepa (PT), sobre a capacidade do governo de dar segurança para os mais de 100 mil visitantes que a cidade deve receber. Em resposta, o Estado anunciou investimentos de mais de R$ 50 milhões no setor, trocou pessoas em cargos estratégicos, conseguiu o reforço de 300 homens da Força Nacional de Segurança e aumentou as ações policiais.
Em uma delas, no último fim de semana, quatro pessoas foram mortas. Segundo a polícia, todas eram suspeitas de ter matado um PM. Para Mary Cohen, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Pará, ocorreram 'execuções’’. 'Você vê um empenho desmedido quando (a vítima) é alguém da corporação'. A Segup afirma que os casos serão investigados pela Corregedoria da PM.
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