segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

No meio do caminho havia três bandidos. Três.

Jornalista que estava até meio animada com a sensação de segurança que muitos estão experimentando em Belém nos últimos dias, por conta do Fórum Social Mundial (FSM) voltou rapidamente ao mundo real da criminalidade que assola a cidade.
Ontem, ela e duas sobrinhas - com os filhotes delas, de 9 e 10 anos - saíram para comprar tinta no IT Center da Lomas, na Sacramenta. A loja tinha acabado de fechar.
A sobrinha da jornalista que dirigia o veículo dobrou na primeira rua depois da Pororoca e entrou numa viela, numa passagem, seja lá o que for.
Ao longe, a jornalista e os demais que estavam no carro viram três homens. Um estava armado e dois, desarmados.
A motorista ficou com receio do sujeito atirar e diminuiu ainda mais a já reduzida velocidade do veículo.
O bandido chegou batendo no carro com o cano da arma. Pegou a aliança da motorista e a bolsa da jornalista, com cartões, talão de cheque, documentos e alguma grana, mas pouca. Os três saíram correndo em direção a um canal que existe às proximidades.
A uns 50 metros, várias famílias assistiam à cena indiferentes.
- Saímos de lá, fomos à Delegacia da Pedreira e depois do Marco. Ninguém pra atender. Fomos depois à Sacramenta e conseguimos que a PM nos levasse ao local. O sistema [ontem à tarde] está fora do ar e não dá pra fazer o BO [boletim de ocorrência] pela internet... Égua! – conta a jornalista.
Égua! - dizemos nós, igualmente.
Após cinco tentativas inúteis de registrar a ocorrência pela internet na delegacia virtual do governo do Estado, a jornalista encontrou o aviso para ligar para o número 4006-9004
Ela ligou.
Chamou, chamou, chamou... até que desligou.
- Essa delegacia é efetivamente virtual – diz a jornalista.
Faz sentido.
Quando narrou o fato ao blog, ela ainda estava em estado de choque. Ela e seus familiares.
Pois é. A sensação de segurança, ao que parece, é exceção.
A regra mesmo é esse clima de faroeste que todo dia, o dia todo, nos expõe a todos a enormes riscos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse gobierno também está me parecendo virtual, que nem a delegacia.

J.BOSCO disse...

BO (boletim de ocorrência) pela internet é papo furado...
pelo telefone, ainda mais...
tem que ir lá na delegacia e pegar o escrivão ou o delegado de bom humor se não nada feito.
já senti isso na pele, Mano.
Isso aqui virou o samba do crioulo doido!!

abs