No AMAZÔNIA:
'O Marcelo é mais uma entre as milhares de vítimas da violência em Belém. Fazendo uma comparação inadequada, o que estamos vivendo aqui me faz lembrar o que aconteceu em Nova York, na década de 80, quando a criminalidade alcançou índices inadmissíveis. Lá, porém, se fez alguma coisa a respeito. Aqui, mesmo com uma população infinitamente menor, nada está sendo feito. E olha que o governo federal está destinando um grande volume de recursos para o combate à violência. É necessário investi-los de maneira competente e eficiente. Se não tem gente capacitada para isso aqui, então que se chame especialistas de fora. O que não pode é continuar como está', disse a, Ângela Sales.
Medo - A mesma linha de pensamento seguiu a titular da Semaj, Alynne Athayde. Para ela, já está na hora de o poder público tomar medidas 'mais enérgicas' para combater a violência. 'A gente sabe que trabalhar apenas a perspectiva social não vai resolver o problema, além de ser um caminho mais longo. Alguma coisa precisa ser feita agora, no presente. Todos estamos em choque e com medo de sair de casa.
O que aconteceu ao Marcelo poderia ter se passado com qualquer um de nós, a qualquer hora', afirmou a secretária. Segundo Alynne, o procurador, que atuava na área cível, era uma pessoa calma e um profissional aplicado. Ela descarta a idéia de que Iudice tenha reagido ao assalto antes de ser morto. 'Marcelo era um procurador jovem, mas muito participativo e estudioso. Uma pessoa calma e tranquila, alegre e um pouco tímida, até de pouca fala. Não acredito que fosse reagir a um assalto'.
O que disse Alynne foi endossado pela também procuradora municipal Laíra Villas. De acordo com ela, que esteve no local do crime logo após a ocorrência, testemunhas afirmaram que Marcelo não reagiu ao assalto. 'O que eu ouvi lá é que ele foi surpreendido dentro do carro pelo bandido e imediatamente ergueu as mãos, como normalmente se faz em uma situação como essa. Foi nesse momento que o assaltante atirou contra ele, na nuca. Conhecendo o Marcelo como eu conhecia, posso ter certeza de que foi isso que aconteceu. Ele jamais reagiria'.
O procurador do município de Belém mantinha sociedade em um escritório de advocacia com o amigo Armando Rodrigues Filho. 'Éramos amigos há sete anos, mas só firmamos a parceria há um ano e meio. Posso dizer que a advocacia perdeu um dos seus mais brilhantes representantes, tanto no âmbito público quanto no privado', lamenta Rodrigues, que também é conselheiro da OAB-PA.
2 comentários:
Interessante! A Dra. Ângela Sales, hoje, em uma reportagem a um jornal da TV, mudou o discurso, após reunião com a governadora. Estranho! Ontem ela dizia que o governo tinha dinheiro em caixa, com certeza, para no mínimo amenizar, a escalada de violência no Pará, especialmente em Belém. Hoje ela disse: "que a culpa era do governo federal que não repassou os recursos, mas não por culpa dele e sim do Legislativo..." Afinal, a culpa é do governo federal, do Legislativo federal ou do estadual? Quantas contradições. Amanhã se a senhora se reunir, hipoteticamente, com o presidente Lula, a culpa será de quem?
É hora de parar com esse poe culpa neste, poe culpa naquele. A segurança pública é dever do estado, ponto! Assumam. E parem de querer achar "chifre em cavalo". A situação é de urgência, necessita bom senso e agilidade.
Em contrapartida, assisti no mesmo jornal, o secretário de segurança e o delegado metropolitano, dizerem que a tolerância agora é "zero". É que esperamos pelo menos.
É hora de trabalhar, agir, coagir e parar de lengalenga. Pois, estão morrendo todos os dias, nas mãos desses facínoras, dezenas de mulheres e homens de toda sociedade e classe. Não interessa se é na Terra Firme ou em Nazaré, se é pobre ou rico, negro ou branco, todos merecem e têm direito à segurança.
Calaram a boca da mulher!
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