No AMAZÔNIA:
A dona-de-casa Ana Paixão foi uma das centenas de pessoas que se prepararam para receber hóspedes em sua residência durante o Fórum Social Mundial (FSM). Ela comprou colchões, travesseiros, arrumou banheiros e torneiras, mas até agora nem sinal de hóspedes.
Como Ana, muitas outras famílias participaram das oficinas promovidas pelo Instituto Amazônico de Planejamento e Gestão Urbana e Ambiental (Iagua), que orientou os voluntários sobre como proceder ao receber os participantes do FSM em suas casas. Por outro lado, as famílias que participaram das oficinas garantem: 'Arrumamos tudo e nenhum hóspede apareceu. Pior que isso, ninguém nos deu nenhuma satisfação'.
A casa de Ana Paixão fica na Ilha do Mosqueiro e por ser grande e ter vários cômodos para abrigar os participantes do FSM, ela fez questão de providenciar certo conforto aos hóspedes. 'Por todo o dia de hoje (ontem), quando se iniciou o FSM, as pessoas inscritas para receber hóspedes aguardavam uma posição do Iagua, que nos assegurou que receberíamos as pessoas. Se não tivessem dado segurança, ninguém iria se preparar para receber os hóspedes', reclama dona Ana.
A autônoma Socorro Lima também fez a oficina junto com Ana Paixão. 'Nos preparamos e fomos muito bem orientados pelo Iagua. Tivemos uma boa assistência. Eles nos deram total garantia de que iríamos receber os hóspedes em casa. Em nenhum momento falaram da possibilidade de não receber ninguém. E isso é muito injusto. Gastei cerca de R$ 300,00. Consertei torneiras, contratei uma pessoa para fazer a limpeza da casa, mas até já a dispensei. Até deixei de trabalhar. Me programei para que tudo desse certo e ninguém dá uma satisfação? Isso não está certo', afirma a autônoma.
No Instituto Amazônico de Planejamento e Gestão Urbana e Ambiental, a coordenadora do projeto de qualificação, Marilda Ewerton, disse que a competência para falar sobre o assunto é da Companhia Paraense de Turismo (Paratur).
Cátia Barros, do Núcleo de Regimento e Qualidade da Paratur, afirma que em nenhum momento foram dadas garantias de que as famílias receberiam os hóspedes em suas casas. 'Não prometemos nada. Apenas orientamos as pessoas para que procurassem zelar pela parte da limpeza e na qualidade do atendimento aos hóspedes. Para os participantes do fórum o importante é a troca de experiências e de cultura. Agora, se fizeram grandes reformas e investiram nas suas casas, isso aconteceu por conta delas', afirmou Cátia Barros.
As famílias inscritas para hospedar participantes do Fórum Social Mundial (FSM) receberiam pelo trabalho. As hospedagens que oferecessem cômodos com ventiladores e banheiros coletivos chegam a custar R$ 27,50 por dia, na categoria simples. Para os que preferem mais privacidade, os quartos em melhor estado e com banheiro privativo custam R$ 38,50. E num total de seis dias de fórum, para quem ficou de oferecer o serviço de hospedagem deixou de ganhar entre R$ 165,00 e R$ 231,00.
Ana Paixão não reclama do prejuízo, mas da falta de consideração por parte dos órgãos oficiais. 'Achei que fosse ser uma coisa mais organizada e não bagunçada, como está sendo, em todos sentidos. Lamento que um evento que a mídia diz ser tão grandioso faça esse tipo de palhaçada com as pessoas, que não têm direito nem a uma satisfação', afirma a dona-de-casa.
Um comentário:
Olha o prejuízo ai gente!
Quem mandou acreditar em conto da carochinha!
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