sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

“Estou com medo”. Não cedamos ao medo.

Há um e-mail circulando por aí.
E chegou ao blog.
É assinado por Priscilla Mendes.
Ela desabafa sobre a onda de violência avassaladora que assola Belém.
A mesma violência que abateu o médico Salvador Nahmias.
A mesma violência que abateu o procurador Marcelo Castelo Branco Iúdice.
“Estou com medo”, diz Priscilla.
Priscilla, todos temos medo.
Precisamos ficar juntos e reagir – com cobranças cada vez mais intensas - para não cedermos ao medo.
Abaixo, o desabafo de Priscilla.

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Meu amigos,
Preciso desabafar...
O e-mail não é tão longo para não tomar muito tempo de vocês.
Hoje [ontem] recebi a notícia, como muitos, da morte do procurador de Belém Marcelo Iúdice. Fiquei chocada. (Como também fiquei chocada pela morte do médico Salvador Nahmias, pelo roubo do celular de um amigo ali, pelo sequestro relâmpago de outro amigo aqui...).
Adianto que eu não o conhecia, nem sequer amigo próximo, nem nada. Nem o conhecia de vista. No entanto, sou humana, e também ando na rua, vou à farmácia, saco dinheiro do banco... enfim, sou normal, assim como vocês.
O meu desabafo de agora é porque, ao mesmo tempo que recebo a notícia da morte desse procurador, recebo também uma notícia como essa que segue abaixo:

"Acusados da morte de Tim Lopes ganham benefício de regime semi-aberto
Com a morte do jornalista, a ficha criminal dele acumula condenações que somam 40 anos e 5 meses de prisão. De acordo com a polícia, Claudino dos Santos Coelho também tem outras condenações por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Somadas, as penas chegam a 30 anos e 8 meses de prisão."


Para tudo!
Aí eu me pergunto: sou eu que sou "contra" os "Direitos Humanos", que não entende o sistema do nosso "Código e Processo penais", que não entende o poder que tem tal sistema de regenerar o bandido etc etc...?
Ou eu sou a única que acho que bandidos como esses deveriam apodrecer na cadeia? Eu sou a única que acho que bandido não tem que ver a família, coisíssima nenhuma, fora da cadeia no dia de Natal? Será mesmo que eu sou a única que pensa assim?
Sabe aquela sensação de que enquanto não acontecer com presidente, governador, desembargador, juiz... a situação não vai se tornar nunca insuportável?
Bem, eu estou perdida. Não sei o que fazer, sinceramente.
E o que é pior. Estou com medo.
Desejo sorte para todos nós. Todos, não. Somente aos que merecem. Ou seja, não àqueles da segunda notícia acima.

Priscilla Mendes

4 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Medo é útil para nos mantermos vivos.
Sempre foi. Tolo é aquele que diz que não o tem. Sucumbirá mais cedo, envolto em suas bravatas.
Vamos é lutar em todas as instâncias para recuperarmos nossa cidadania.
E aqui, é um excelente lugar.

Abs

Anônimo disse...

Concordo com a Priscilla Mendes, também ando com medo, mais muito medo em Belém, o que será de nós??
Governadora, ACORDA, deixa as picuinhas políticas de lado e cuide da segurança, MULHER FAÇA ALGUMA COISA!!!!

Anônimo disse...

CARTA EM "O LIBERAL" DE HOJE.

'Nós' estamos perdendo a batalha para 'eles'

Somos pessoas que crescemos com base familiar, religiosa, cultural e que almejamos estudar, apreender, trabalhar, falar outras línguas, conhecer outros países, obter títulos de graduação, pós-graduação, aprimorar nossos conhecimentos científicos, técnicos, vontade de adquirir cultura, conhecimento, de crescer espiritualmente, ter amizades, sermos saudáveis e bonitos, usufruir um lar aconchegante, de tecnologias, de prover um bom futuro para nossos filhos, de nos aproximarmos de Deus, ajudar o próximo, envelhecermos com dignidade até que chegue a hora de uma morte digna, natural, à vontade do Pai.

'Eles' não têm nada na vida, nunca tiveram, nunca terão, não têm sequer capacidade para assimilar o que conhecemos, de desejar o que almejamos, de visualizar o que enxergamos, não têm esperanças, não têm cultura, não têm expectativas de progresso, são inúteis, não servem para nada, são parasitas, ignorantes, incapacitados, maus, perversos, irrecuperáveis, nunca usufruíram do mínimo de dignidade que o ser humano deveria ter. São humanos somente pela constituição física e biológica, mas não podem ser tratados como tais, a única serventia que eu vislumbro para 'eles' é servirem de cobaias de experimentos científicos ou de banquete antropofágico para nós.

Não temos culpa disso, mas certamente os corruptos, corruptores e os drogados têm, pois são os responsáveis pela miséria e pela violência. E não pensem que somente os políticos são os responsáveis pela problemática social que nos encontramos. É no dia a dia que o cidadão deve evitar a corrupção, o 'jeitinho' brasileiro, o 'se dar bem', de 'levar aquela vantagem a mais'. Um mínimo e 'inofensivo' cigarro de maconha já coloca uma arma na mão 'deles'. Uma pequena propina já gera conseqüências desastrosas, assim como a compra de pirataria.

'Eles' são como os famigerados radicais terroristas, que de tanta inveja do modo de viver e de pensar do povo ocidental capitalista se fecham numa doce ilusão de que terão tal vida quando morrerem. Alá proverá uma vida anglo-saxônica para eles. 'Eles' também têm raiva de nós e sem piedade estão nos matando. Recentemente foram vítimas vários médicos, advogados e estudantes.

Tenho a sensação de que seremos exterminados, aos poucos, nossos parentes e amigos. Os que não forem mortos por 'eles', viverão apavorados, com saudades, traumas e com medo de encontrar com 'eles'. Temos que exterminá-los, antes que eles nos exterminem! É guerra! Será que ainda ninguém percebeu?

Débora Soares
E-mail: drms@amazon.com.br
Domingos Marreiros, 350/Apto 1802
Belém

Anônimo disse...

É, Priscilla, estamos no mato sem cachorro ou pior, na rua sem segurança.
Ao distinto público e ao pacato cidadão, a impotência e ausência das obrigações do estado e o castigo através de impostos absurdos.
Aos bandidos, as benesses da justiça, feita não para punir, mas para amenizar a vida dos fora da lei.
Triste realidade.