quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Benassuly retorna calado

No AMAZÔNIA:

Retraído e longe dos holofotes da mídia, o novo delegado geral de Polícia Civil do Pará, Raimundo Benassuly Maués Junior, assume, de direito, o cargo em que já está atuando, de fato, desde o início da semana. É que hoje será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) o decreto de nomeação que vai reconduzí-lo ao cargo, perdido durante o episódio da adolescente presa com homens numa cela em Abaetetuba.
Desde o episódio de Abaetetuba, Benassuly não atende a imprensa. Nos últimos dias avisou através da Assessoria de Comunicação da Polícia Civil que não pretende se posicionar publicamente sobre sua volta. Pelo menos neste primeiro momento.
A postura é inusitada. O delegado ficou justamente conhecido pelo atendimento cordial e sempre solícito aos meios de comunicação, sobretudo quando era presidente do Sindicato de sua categoria. Agora, nem pretende aparecer em público, de acordo com informações dos mais próximos. Tudo por conta da repercussão nacional de sua volta ao cargo, depois de 13 meses afastado por ter afirmado que a garota L. B, de 15 nos, do caso de Abaetetuba, teria debilidade mental. Apesar das críticas ao retorno, todas as implicações da volta foram pesadas pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Geraldo Araújo.
De forma mais rápida, o decreto de nomeação do novo comandante geral, coronel Dario Luiz da Silva Teixeira, foi publicado na edição de ontem do Diário Oficial. Mas não está confirmada nenhuma posse ou anúncio oficial. A estratégia do governo do Estado é deixar esfriar o caldeirão da violência que tem gerado as mudanças no setor da segurança pública paraense.
No Centro de Perícias Científicas Renato Chaves já está decidido que Miguel Wanzeler Rodrigues não sairá do cargo, pelo menos por enquanto. É que há uma legislação interna no IML que fixa em três anos o mandato do diretor geral escolhido em eleição direta. O problema é que pesam sobre Wanzeler acusações de perseguição a técnicos que trabalharam para governos anteriores e até a suspeita de má gestão, incluindo também envolvimento em escândalos pessoais, em que ele teria até dirigido um carro oficial.
Já o delegado Justiniano Alves terá de aguardar a volta das férias do tenente-coronel Sandoval Bittencourt para assumir a Superintendência do Sistema Penal (Susipe), que só deve acontecer no final do mês de janeiro. Até lá, Justiniano vai ficar à disposição do Conselho Superior de Polícia (Consup), que é a instância de transição até definição completa dos cargos na Delegacia Geral. Em função do silêncio, ninguém sabe se haverá solenidade de posse de Raimundo Benassuly e que medidas ele tomará para reduzir a onda de violência em Belém.

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