Na VEJA:
Quando era uma garota de 16 anos, Stanley Ann Dunham passava uns dias em Chicago, sem a vigilância dos pais, e resolveu assistir ao primeiro filme estrangeiro de sua vida. Era 1959. Orfeu Negro, do francês Marcel Camus, baseado na peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, acabara de ser lançado. Os atores eram negros, o enredo se desenrolava durante o Carnaval no Rio, a trilha sonora era a gema da bossa nova – e Stanley Ann Dunham saiu do cinema flutuando. Fora a coisa mais linda que vira na vida até então, contaria anos mais tarde. No começo da década de 80, ela visitava seu filho em Nova York e soube que Orfeu Negro estava em cartaz. Convidou-o para assistir ao filme, mas, no meio da sessão, seu filho estava entediado com aqueles negros infantilizados na tela. Ele fez menção de sugerir à mãe para ir embora. Levou um susto. Iluminado pelo clarão azul da tela, o rosto de Ann exibia um olhar fascinado. Seu filho então compreendeu tudo.
Compreendeu que, no fim dos anos 50, sua mãe, uma menina branca do Kansas, no conservador e recatado Meio Oeste americano, amara aquilo tudo, amara aqueles negros exóticos num país tropical. Logo depois dessa experiência inesquecível, Stanley mudou-se com os pais para uma terra exótica, o Havaí. E, aos 18 anos, ela, "branca como leite", o encontraria, "negro como breu", numa aula de russo. Ela ficou grávida, casou-se – nessa ordem –, teve o filho e três anos mais tarde já estava separada. Seu filho, ali no cinema, agora compreendia que a trajetória da mãe talvez tenha se dado ao embalo dos sonhos daquela outra vida que o Kansas lhe negava. "Uma vida quente, sensual, exótica, diferente", escreveu o filho, em sua autobiografia. O filho, claro, é Barack Hussein Obama.
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Quando era uma garota de 16 anos, Stanley Ann Dunham passava uns dias em Chicago, sem a vigilância dos pais, e resolveu assistir ao primeiro filme estrangeiro de sua vida. Era 1959. Orfeu Negro, do francês Marcel Camus, baseado na peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, acabara de ser lançado. Os atores eram negros, o enredo se desenrolava durante o Carnaval no Rio, a trilha sonora era a gema da bossa nova – e Stanley Ann Dunham saiu do cinema flutuando. Fora a coisa mais linda que vira na vida até então, contaria anos mais tarde. No começo da década de 80, ela visitava seu filho em Nova York e soube que Orfeu Negro estava em cartaz. Convidou-o para assistir ao filme, mas, no meio da sessão, seu filho estava entediado com aqueles negros infantilizados na tela. Ele fez menção de sugerir à mãe para ir embora. Levou um susto. Iluminado pelo clarão azul da tela, o rosto de Ann exibia um olhar fascinado. Seu filho então compreendeu tudo.
Compreendeu que, no fim dos anos 50, sua mãe, uma menina branca do Kansas, no conservador e recatado Meio Oeste americano, amara aquilo tudo, amara aqueles negros exóticos num país tropical. Logo depois dessa experiência inesquecível, Stanley mudou-se com os pais para uma terra exótica, o Havaí. E, aos 18 anos, ela, "branca como leite", o encontraria, "negro como breu", numa aula de russo. Ela ficou grávida, casou-se – nessa ordem –, teve o filho e três anos mais tarde já estava separada. Seu filho, ali no cinema, agora compreendia que a trajetória da mãe talvez tenha se dado ao embalo dos sonhos daquela outra vida que o Kansas lhe negava. "Uma vida quente, sensual, exótica, diferente", escreveu o filho, em sua autobiografia. O filho, claro, é Barack Hussein Obama.
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Um comentário:
Bonito episódio.
Sorte o nosso "estadista" não ler seu blog, ou ter se manifestado antes disso. Caso contrário, ele teria ainda mais argumentos para intimar o candidato: diria que, como "brasileiro", ele tem obrigação de vir aqui conversar!!!
Abraços.
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