O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro, Wadih Damous, acusou a TV Brasil de censura ao “Direito em debate”. Por meio de nota, Damous afirma que o programa “foi retirado do ar no dia 5 deste mês por razões políticas”.
No ar há dez anos, o “Direito em debate” era produzido pela OAB/RJ e exibido em horário alugado na TV Brasil.
O problema no relacionamento entre a OAB/RJ e a TV Brasil começou num debate sobre os processos de fiéis da Igreja Universal contra veículos de comunicação. Na ocasião, senador Marcelo Crivella foi convidado, mas não compareceu, nem mandou representante. De acordo com o apresentador do programa, José Fernandes Jr., o fato foi informado aos telespectadores, mas a emissora exigiu que um direito de resposta fosse concedido ao senador: “Foi dito que o Crivella era um aliado político, um amigo do Governo”.
Apenas três semanas após esse episódio, o programa saiu do ar. Fernandes fala em censura e afirma que os fatos indicam que houve interferência política. “Nós não sabemos o que aconteceu, mas o programa foi tirado do ar, por coincidência, após o incidente com o senador Crivella”, diz Fernandes.
Na noite desta sexta-feira, a presidente da emissora, Tereza Cruvinel, afirmou que a TV Brasil e a OAB/RJ já estavam discutindo um novo modelo para o “Direito em Debate” antes da retirada do programa do ar. Disse ainda que já se reuniu com Wadih Damous para esclarecer o fato.
De acordo com a presidente, o modelo de programa é incompatível com a legislação que rege o funcionamento da TV estatal:
“Este programa não pode legalmente existir em uma televisão com conselho curador. Na lei, a responsabilidade editorial é da diretoria”, diz Cruvinel.
Sobre as acusações de interferência no caso do Crivella, ela afirmou que pediu o direito de resposta porque o senador havia informado à produção do programa que não representava a Igreja Universal e que, por isso, não iria ao programa.
Fonte: Comunique-se
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