sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Pato entra na dança

No AMAZÔNIA:

O combate à venda de frangos abatidos nas feiras de Belém segue normas sanitárias relacionadas à higiene dos alimentos e normas ambientais, por causa da falta de destinação adequada para vísceras e penas, entre outros detritos. As mesmas normas servem também para o tradicional pato do almoço do Círio de Nazaré. Embora os hábitos tenham mudado muito nos últimos 20 anos, muita gente ainda prefere comprar o pato vivo na feira, e presenciar o abate e a limpeza da ave que será levada para a panela.
Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese) sobre o assunto aponta que há 20 anos eram comercializados entre 20 e 25 mil patos vivos em Belém por ocasião do Círio, vindos principalmente do Estado do Maranhão para serem vendidos nas feiras da 25 de Setembro de no Ver-o-Peso. Com a entrada do pato congelado nos supermercadoss, esse número foi caindo ao longo dos anos, e ano passado o número de patos vendidos nas feiras ficou abaixo de 4 mil unidades.
Para concorrer com o supermercado, que entrega o pato limpo para a dona de casa, os feirantes ao longo dos anos também passaram a abater a ave nas feiras, e agora estão sob ameaça do fim da atividade. Pelo estudo, o Diesse concluiu que a tradição da venda do pato na feira é muito mais antiga que a do frango, que se multiplicou nos últimos 15 anos, exatamente a idade do Plano Real. 'Com a recessão e o desemprego daquele período, o frango virou a vedete do Plano Real. O governo propagou o frango como alimento mais acessível, e a carne do frango saiu dos cardápios de dieta para virar prato principal em muitos lares do Brasil', lembra Roberto Sena.
Com multiplicação de produtores de frango a popularidade da ave fez o preço se equilibrar, tanto no supermercado quanto nas feiras, onde o frango abatido na hora agrada muita gente. Só no complexo do Jurunas, em Belém, a média de venda nas barracas é de 70 a 100 unidades de frango por dia.
Segundo a Secretaria Municipal de Economia (Secon), que aos poucos vai eliminar a licença para abate de frango vivo, a medida vai começar primeiro pelas feiras da 25 de Setembro, da Cremação e do Ver-O-Peso, que já passaram ou vão passar por mudanças em seu padrão para de adequarem a normas rígidas de higiene e segurança alimentar.

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