sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Gripe suína alarma alunos

No AMAZÔNIA:

Pelo menos seis casos de gripe suína já foram resgistrados no campus Almirante Barroso do Centro Universitário do Pará (Cesupa), segundo alunos e funcionários. Ainda assim, a coordenação da faculdade não seguiu o protocolo do Ministério da Saúde que orienta instituições de ensino de todo o país a suspenderem as aulas nas salas onde há pelo menos um caso suspeito de infecção pelo vírus H1N1. Até mesmo a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), conforme garantiu a coordenadora, Ana Helfer, esclareceu que não é necessário fechar escolas ou faculdades, porém, nas turmas onde existem suspeitos, as aulas devem, sim, ser suspensas por no mínimo sete dias, o que não aconteceu no Cesupa.
Na faculdade, segundo alunos, os casos suspeitos surgiram desde o início do mês de agosto, quando o semestre letivo começou e um mês depois, com vários alunos apresentando os sintomas da gripe, a coordenação se recusa a suspender as aulas. 'No início de agosto, quando as aulas se iniciaram, uma aluna teve o caso confirmado. Ela continuou frequentando as aulas normalmente e a faculdade não tomou nenhuma providência. Vários alunos tiveram contato com o vírus e mesmo assim, nada foi feito. Na segunda-feira, uma professora de Bioquímica que está grávida veio dar aula e quando viu que tinham alunos com os sintomas reclamou que não foi avisada', diz Marcelo Nascimento, estudante do Cesupa.
Cada turma de Medicina tem cerca de 50 alunos, o que significa que com seis turmas, aproximadamente 300 estudantes possam ter tido contato com o vírus. Na MD6, onde estudam alunos do sexto semestre, pelo seis pessoas estariam com a gripe suína. Mesmo assim, os alunos dizem que não podem ficar sem frequentar as aulas porque as faltas podem prejudicá-los. 'Somos estudantes de Medicina. Sabemos que o vírus está em toda parte. Mas não se pode facilitar. Fui conversar com a coordenadora e ela fez pouco caso. Ela disse que nós é que não deveríamos vir pra aula', disse uma aluna que prefere não se identificar.
Marcelo Nascimento, da turma MD6, chegou a procurar a coordenadora do curso e questionou o porquê de as aulas não serem suspensas na turma dele. 'Perguntei pra ela ‘e a gripe?’. Ela virou pra mim e disse ‘não tenho nada pra conversar sobre isso’', conta.
A preocupação com o vírus também fez um dos alunos da turma MD6 dormir em quarto separado da esposa, grávida de nove meses. 'Como não posso deixar de vir à faculdade, achei melhor dormir longe da minha esposa', revelou, pedindo para não ser identificado por temer represálias.
A preocupação com a quantidade de casos confirmados e suspeitos no Cesupa não é somente de alunos. Os funcionários também estão apreensivos. Um deles, que não quis se identificar, garante que a situação é delicada e que o número de alunos com a gripe é muito maior do que parece. 'Hoje (ontem) mesmo falei com um aluno por telefone e ele me disse que estava internado com a gripe. Só que ninguém faz nada. Eles (Cesupa) querem abafar tudo', criticou o funcionário.

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