sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Manifestação rouba a cena

No AMAZÔNIA:

Tentativa de sapatada - numa alusão ao gesto de um jornalista iraquiano que tentou atirar um calçado contra o presidente norte-americano George Bush –, uma caveira com um contracheque nas mãos, faixas, gritos e muita indignação marcaram, ontem de manhã, o protesto que os trabalhadores da área de saúde do município realizam em frente à Câmara Municipal de Belém, onde o prefeito Duciomar Costa participou da sessão de instalação dos trabalhos da nova legislatura.
Acompanhado pelo vice, Anivaldo Vale, Duciomar Costa entrou na Casa pela parte de trás e não encontrou com os manifestantes, a não ser quando eles ocuparam as galerias do plenário. Em diversos momentos, por causa do barulho feito pelos servidores – que xingaram e vaiaram o prefeito, proferindo nomes como 'ladrão' e 'caloteiro' –, a presidência da Câmara pediu que os trabalhadores se contivessem, caso contrário, seria necessário providenciar o esvaziamento das galerias, o que acabou não acontecendo.
Apesar de o ano legislativo ter sido aberto ontem, os vereadores só voltarão ao batente no dia 2 de fevereiro. Segundo o presidente da Casa, vereador Walter Arbage, até lá, os parlamentares devem gozar as férias que ficaram comprometidas com o atraso na votação do orçamento municipal deste ano, cuja aprovação só aconteceu no início deste mês.
De acordo com Fátima Luz, coordenadora do Sindicato dos Servidores de Saúde no Estado do Pará (Sindsaúde), o motivo do protesto é o decreto 57.112/2008, que derruba uma série de gratificações concedidas aos trabalhadores, os quais, segundo ela, tiveram reduções salariais na ordem de 40 a 60%. A sindicalista disse ainda que cerca de 10 mil pessoas estão sendo prejudicadas pela decisão.
A secretária municipal de saúde, Rejane Jatene, alvo de vaias e xingamentos na entrada da Câmara, afirmou que 'não haverá nenhum tipo de prejuízo para os servidores. O que acontece é que sempre que assume um novo governo, ainda que o gestor público seja o mesmo, se faz necessário rever as gratificações, nomeações, cargos, etc. Se o servidor está recebendo uma gratificação que é de direito continuará a tê-la. Ninguém vai sair prejudicado', garantiu.
A mesma coisa assegurou o prefeito Duciomar Costa, ao afirmar que o decreto em questão não implica em perdas salariais para ninguém. Segundo ele, ao longo do seu governo, os trabalhadores da saúde acumularam ganhos e não prejuízos.

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