Na FOLHA DE S.PAULO:
Após oito dias de intensos bombardeios aéreos, Israel invadiu ontem a faixa de Gaza. O objetivo, segundo o Exército israelense, é controlar as áreas de onde extremistas disparam foguetes e ampliar a destruição da infraestrutura do grupo fundamentalista Hamas, já duramente castigada por ataques por ar e mar que deixaram até agora pelo menos 450 mortos.
Os primeiros tanques e soldados israelenses entraram no território palestino por volta de 19h (15h de Brasília), depois de a artilharia ter entrado em ação pela primeira vez, em ataques na fronteira que abriram o caminho para a invasão.
De acordo com uma fonte palestina em Gaza, os bombardeios durante o dia visaram a rede elétrica, os depósitos de água e de combustível. A maior parte de Gaza, onde vive 1,5 milhão de palestinos, foi deixada às escuras antes da invasão.
A operação que dá início à segunda semana da ofensiva vinha sendo antecipada há dias, à medida que Israel concentrava tropas na fronteira e esgotava o número de alvos do Hamas em Gaza, sem conseguir interromper o disparo de foguetes contra o seu território.
Em pronunciamento na TV, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, antecipou aos moradores do sul do país que os próximos dias serão difíceis. "Estamos indo para uma operação que não será fácil nem curta", disse o ministro. Reservistas foram convocados para possível ampliação da ação.
Em um comunicado lido diante das câmeras, o porta-voz do Hamas, Ismail Radwan, disse que o grupo transformará Gaza em "um cemitério" para os israelenses. Desde que tomou o controle de Gaza, em junho de 2007, o grupo vem se preparando para uma incursão israelense, com túneis e a instalação de minas terrestres.
Imagens do início da invasão foram transmitidas pela TV israelense, que reproduziu informações do Exército sobre "dezenas" de baixas de militantes palestinos nos primeiros confrontos. O Hamas reportou a morte de um israelense.
Embora o Exército declare que a incursão foi autorizada para assegurar o fim dos disparos de foguetes, o ministro da Indústria, Eli Yishai, disse que o objetivo é mais amplo. "Temos que esmagar o Hamas", disse Yishai, do partido ultraortodoxo Shas. Ele foi um dos dois membros do gabinete que se abstiveram na votação da incursão, porque a derrubada do Hamas não foi declarada como um dos objetivos.
Dirigentes israelenses têm evitado criar expectativas excessivas, embora nenhum deles negue que o ideal seria o fim do regime fundamentalista.
Nos bombardeios de ontem, dois dirigentes da ala militar do grupo foram mortos, elevando para três os líderes mortos na ofensiva. Os ataques atingiram um prédio da escola americana -segundo Israel servia para atividades militares do Hamas- e uma mesquita onde pelo menos 11 pessoas foram mortas, incluindo crianças.
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