Na FOLHA DE S.PAULO:
A ofensiva israelense na faixa de Gaza assola uma região que já vinha afundando em dificuldades econômicas, sociais e sanitárias muito antes do bloqueio imposto por Israel em junho de 2007, quando o grupo islâmico Hamas tomou o controle da área.
Em março do ano passado, dez meses antes do início dos ataques, a situação do território palestino já havia chocado o chefe da ONU para assuntos humanitários. Após percorrer a região, John Holmes relatou "uma miséria que priva os moradores das mais elementares condições de dignidade" e se disse "escandalizado com as coisas cinzentas [que viu]".
Maior símbolo do enclausuramento dos palestinos e do racha fratricida entre o partido secular Fatah e o religioso Hamas, Gaza vive hoje a pior situação em 40 anos, segundo a ONG Anistia Internacional.
O retrato alarmista se traduz nos indicadores da região. Mais de 80% dos 1,5 milhão de habitantes do território são pobres, e metade da população ativa não tem renda fixa.
Dois terços dos cerca de 110 mil empregos que existiam no comércio desapareceram nos últimos anos. O bloqueio de 2007 acirrou a crise. Das 3.900 empresas locais de três anos atrás, sobraram menos de 200.
Com o colapso do sistema de esgoto, os dejetos acabam despejados no mar, tornando insalubres as praias mediterrâneas e aniquilando a fonte de lazer preferida da juventude local.
Só há eletricidade durante metade do dia no território, que se assemelha em tamanho e população ao município de Guarulhos (SP) -na prática, duas das áreas mais densamente povoadas no mundo, com mais de 4.000 habitantes/km2.
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