Carla Soares Martin, do Comunique-se
O jornal Folha de S.Paulo e a Folha Online noticiaram, na terça e na quarta, um caso de suicídio. O caso envolvia uma participante do programa Troca de Família, da TV Record.
Ana Estela Pinto, editora de treinamento da Folha, lembra o que o manual sugere em relação a notícias sobre suicídio: “Não omita o suicídio quando ele for a causa da morte de alguém”. Mas faz uma ressalva: “Não se noticia todo e qualquer suicídio, mas também não se esconde do leitor que houve suicídio quando a morte de alguém for relevante jornalisticamente.”
A mulher que cometera o suicídio era participante do reality show Troca de Família. O programa consiste em trocar as mães de duas famílias de diferentes culturas do Brasil - cópia do formato de um programa estrangeiro - e relatar as mudanças durante uma semana. O programa com a participante não entrou ainda no ar.
Carlos Eduardo Lins da Silva, ombudsman da Folha, comenta que, apesar de esta mulher não ser famosa, participava de um programa de televisão, o que validaria a notícia. “O nome dela não aparece”, diz Silva, a respeito da versão impressa da Folha. Na Folha de S.Paulo, há uma nota com a notícia em Folha Corrida, na contra-capa de Cotidiano. A versão da Folha Online revela o nome da participante e apresenta uma foto dela. “Teoricamente seria ombudsman da Folha Online e da Folha de S.Paulo, mas não tenho tido tempo”, afirmou.
Lins da Silva dá sua opinião como jornalista: “Eu, pessoalmente, poderia não dar, porque não gosto de notícia de crime”. Como jornalista e ombudsman diz: “Não é contra o manual, não é sensacionalista”.
Rede Record tem 95% de chance de exibir o programa
Por haver “base legal” – “a família foi consultada e existem condições técnicas”, a TV Record “tem 95% de chance de exibir o programa com a participante no Troca de Família.
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