domingo, 25 de janeiro de 2009

Dinheiro público não deveria ajudar Remo e Paysandu

Locutor da TV Cultura que narrava o jogo de ontem à tarde, em que o Remo empatou com o Vila Rica, no Mangueirão, disse lá pelas tantas que a torcida remistas não costuma frequentar jogos de seu time quando o Leão vai mal das pernas.
A constatação – de uma obviedade sem tamanho –mal conseguiu disfarçar a tentativa de explicar que os estádios esvaziaram-se ainda mais quando as partidas do Parazão começaram a ser transmitidas pela TV Cultura.
Porque é bom que se deixe claro isto: o Remo está mal, a torcida remista realmente está decepcionada com o desempenho da equipe na competição, mas com absoluta certeza um jogo como o de ontem, por exemplo, atrairia mais torcedores do que os 2.600 que foram ao estádio.
Iriam 40 mil ao Mangueirão, sem a TV?
É claro que não.
Mas iriam os habituais 5 mil ou 6 mil, acima, portanto, dos 2.600 torcedores-testemunhas.
Ah, sim.
Vocês poderão objetar que o contrato da TV Cultura garantirá cerca de R$ 80 mil a Remo x Paysandu, além de uma ponta do patrocínio do Banpará.
E poderão lembrar, além disso, que para times que estão na pindaíba, quaisquer R$ 80 mil são bem-vindos.
São, sim.
Mas seriam melhor bem-vindos se não proviessem dos cofres públicos.
Torcedores de Remo e Paysandu gostariam, com certeza, de ver os cofres de seus clubes com dinheiro derramando.
Mas muitos torcedores – entre os quais se incluem os daqui da redação do blog – não admitem dinheiro público subvencionando clubes de futebol.
Já se disse exatamente isso por aqui, certa vez. E o princípio está de pé: o Poder Público não deve ajudar financeiramente Remo e Paysandu.
Clubes são entidades particulares. São organizações privadas. São sustentados por particulares.
São pessoas jurídicas de direito privado, para usar o juridiquês tão ao gosto de nossos doutores.
Clubes como Remo e Paysandu estão na bancarrota porque administrações ineptas os levaram à bancarrota.
Em contrapartida, o Poder Público tem enormes, imensas, às vezes insuperáveis demandas para resolver.
Há pessoas na periferia sem água encanada, que moram com o esgoto à porta, a céu aberto.
Há postos de saúde precisando até de gaze.
Nesta situação, assim como quaisquer R$ 80 mil de dinheiro público são bem-vindos para socorrer Remo e Paysandu, quaisquer R$ 80 mil também seriam aplicados – e muito bem aplicados – para equipar a contento um posto de saúde.
Tomara que Remo e Paysandu encham as suas burras.
Mas com dinheiro público, não.
Sinceramente, não.

2 comentários:

Anônimo disse...

essa é do blog do juca kfoury25/01/2009
São Paulo abre, Manaus recebe


O presidente da Fifa, Joseph Blatter, passará por São Paulo neste meio de semana, será recebido por José Serra e, provavelmente, anunciará o óbvio:

São Paulo será a sede da partida inaugural da Copa de 2014 e Manaus será a sede amazônica da Copa, deixando Belém de fora.

Tudo porque Manaus é a capital amazônica mais conhecida no mundo e porque São Paulo, apesar das pretensões de Brasília e Belo Horizonte, é a cidade economicamente mais importante do país.

Pesa, ainda, o favoritismo de Serra nas próximas eleições presidenciais.

Sempre é bom agradar aquele que poderá estar no cargo durante a Copa.

Anônimo disse...

Não tem mesmo o menor cabimento, caro poster.
Jogo televisionado para a cidade do jogo tira sim, e muito, do público do estádio.
Se no pay-per-view já tirava, imagina na tv aberta!
Re e Pa sairam no prejó!

E também, dinheiro público nunca deveria financiar as barbaridades das diretorias de RePa.

Assim como, não deveria o governo já estar gastando "por conta", antes de saber se Belém sediará a Copa de 2014. Tem cheiro de tramóia...só tem.Aí tem.