No Blog de Lucia Hippolito, sob o título acima
O deputado Arlindo Chinaglia (na foto) assumiu a presidência da Câmara depois de dois traumas: as presidências de João Paulo Cunha (PT-SP), um dos 39 réus no escândalo do mensalão, e de Severino Cavalcanti, obrigado a renunciar por receber “mensalinho” de um concessionário da Câmara.
Depois disso, o mandato-tampão de Aldo Rebelo não foi suficiente para restaurar a dignidade da Câmara dos Deputados.
Com Arlindo Chinaglia, parecia que as coisas iam entrar nos eixos. E o deputado chegou cheio de energia – como chegam quase todos os presidentes. Ameaçou cortar o ponto de deputados faltosos, fez esforços para limpar a pauta da Câmara, reclamou do excesso de medidas provisórias – mesmo pertencendo ao partido do presidente da República.
Mas aí... Chinaglia se deixou capturar por demandas sindicais de funcionários, relutou em obedecer à determinação do Supremo Tribunal Federal para substituir um deputado que perdera o mandato por trocar de partido, foi leniente com propostas de aumento de salário para deputados – e voltou atrás, depois de violenta reação da opinião pública, deixou correr a escandalosa aprovação de mais de oito mil novas vagas de vereador.
E agora, no apagar das luzes de seu mandato, vem esta história estranhíssima, de um novo plano de saúde para os 3.500 servidores concursados – e 12 mil funcionários comissionados.
Sem licitação, sem discussão, sem a aprovação dos concursados. Tudo resolvido às pressas, com o presidente do Sindilegis, Magno Mello, e um lobista de empresas de planos de saúde. Beleza!
Ninguém discutiu a excelência do novo plano de saúde nem o fato que, talvez, fosse melhor que o anterior. O que se discutiu foi a forma como foi feita a troca, coisa que levantou sérias suspeitas.
Depois de fortíssima reação externa (opinião pública, ouvintes, eleitores, contribuições, leitores) e interna (membros da Mesa da Câmara, deputados e servidores concursados), finalmente hoje a Mesa da Câmara voltou atrás em relação à extensão do plano de saúde aos funcionários comissionados. Foi tudo cancelado.
Antes assim.
Mas para a biografia do deputado Arlindo Chinaglia, o estrago está feito. Teve seu mandato, justo no final, manchado por um episódio eivado de irregularidades.
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