No AMAZÔNIA:
Professores e estudantes devem ficar atentos para a mudança na gramática da Língua Portuguesa, que entrou em vigor no primeiro dia de 2009. Com a reforma ortográfica, dezenas de palavras passam a ter nova forma de escrita. Mas esta não é a única mudança que o novo ano traz. Na rede estadual de ensino, será o primeiro ano letivo com a Política de Educação Básica do Pará consolidada. Já entre as escolas particulares, os meses iniciais costumam ser de negociação intensa para reajustar o salário base.
A mudança ortográfica é para unificar o Português falado em oito países: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor Leste. O número de palavras que sofreram modificação é 0,45%, para o Português falado no Brasil. Já em Portugal, é mais que o triplo. A explicação é que, na Europa, o Português escrito conta com as letras 'c' e 'p' sem serem pronunciados em algumas palavras (como 'acto' e 'baptismo'), o que a reforma busca modificar.
No entanto, não é necessário pânico. O primeiro passo para se adequar às mudanças ortográficas é lembrar que a pronúncia permanece inalterada; a reforma muda apenas a forma de se escrever algumas palavras. Atualmente, a diferença que a reforma trouxe foi apenas de flexibilizar temporariamente as regras, pois a maneira antiga de se escrever só será abolida definitivamente em 2012. Até lá, ainda se poderá escrever das duas formas em provas de vestibular e em concursos públicos.
É indispensável que o professor saiba que não deve corrigir o aluno quando este omitir o acento nas palavras 'enjôo' e 'idéia' ou o trema em 'lingüiça', pois tais palavras estarão grafadas corretamente com ou sem acentuação e sinal. Na pré-escola, as crianças passarão a aprender que o alfabeto tem 26 letras, e não 23, pois as letras 'k', 'w' e 'y' não eram contabilizadas, pois só são usadas em termos estrangeiros. O uso dessas três letras permanece restrito a abreviações e palavras de fora da Língua Portuguesa. Porém, agora elas são contabilizadas como 'irmãs' das demais letras, e não apenas como primas distantes.
A ideia de se começar a unificar a escrita do português nos países lusófonos começou a ser estudada em 1990. A implementação no Brasil, no entanto, só foi confirmada com a oficialização de uma Resolução, no dia 29 de setembro de 2008, feita pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. As mudanças começaram em 2007, quando o Ministério da Educação do Brasil passou a preparar as mudanças nos livros didáticos, que neste novo ano devem estar totalmente implantadas.
Esta não é a primeira tentativa de unificação ortográfica dos países lusófonos. No Brasil, já houve duas reformas ortográficas, em 1943 e 1971. Em Portugal, a última reforma aconteceu em 1945. Depois de tudo isso, muitas diferenças entre Brasil e Portugal sumiram, enquanto que outras continuaram.
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