segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Documento relata torturas e humilhações em curso da PM

Punhos cerrados mantidos sobre o asfalto quente, debaixo do sol do meio-dia; agressões com varas e ripas nas costas, nádegas e panturrilhas; exercícios físicos rigorosíssimos sem descanso para o almoço; instruções de choque com utilização de gás pimenta gás lacrimogêneo e afogamentos são algumas das torturas a que foram submetidos PMs que participaram do curso destinado à formação de policiais miitares da Ronda Ostensiva Tático Motorizado (Rotam), um grupo de elite da corporação.
O curso, realizado no início de outubro passado, em Inhangapi, no município de Castanhal, nordeste do Pará, é o mesmo durante o qual morreu o soldado PM Cruz, que sofreu um ataque cardíaco provavelmente provocado pelo excesso de esforço durante a travessia do rio Inhangapi num cabo submerso.
O Espaço Aberto teve acesso a documentos em que militares que participaram do curso da Rotam – entre eles o soldado PM Cruz - relatam torturas, agressões e humilhações a que foram submetidos.
Em várias instâncias, conforme o blog informou na sexta-feira passada, circula um dossiê recheado de relatos que acusam cinco oficiais da PM de homicídio por ação ou omissão. O documento informa ainda que o soldado PM Cruz passou por um caldo, como se chama o afogamento - por brincadeira ou como punição – de alguém que está nadando.

Agressões e máscara que dificultava a respiração
O documento cuja cópia chegou a blog é minucioso e rico em detalhes.
Menciona, por exemplo, que os capitães Vicente e Firmino, o tenente Vulcão, o subtenente Eugênio, o sargento Figueiredo e o soldado Gaia, entre outros que funcionaram como instrutores durante o curso em Castanhal, batiam nos alunos com varas e ripas nas costas, nádegas, nas panturrilhas e à altura dos ombros.
Relata o documento que de 15 para 16 de outubro, quando ocorreu a morte do soldado PM Cruz, houve participantes do curso que passaram por exercícios físicos rigorosos, sem direito a descanso e almoço.
Por volta das 20h do dia 15 de outubro, foi colocada nos alunos uma máscara do tipo balaclava, espécie de gorro justo (aí em cima) que não apenas anulou a visão como dificultou a respiração. Em seguida, os alunos foram levados para local desconhecido e obrigados a deitarem-se no chão, com o rosto para cima. Água foi jogada no rosto de cada um. Muitos ficavam à beira da asfixia e só conseguiam respirar pela boca.

Agressões com varas
Posteriormente, os militares participantes do curso, algemados, andaram por mais de uma hora até chegar a outro local que se parecia com uma fazenda. Nesse local, as algemas foram retiradas, mas todos continuavam com a balaclava. Enfileirados um atrás do outro, foram orientados a segurar um no cinto do outro e correrem no escuro, sem nada enxergarem. Nesse momento, segundo os relatos, é que começaram bater nos alunos com varas.
Em seguida, e agora já sem a balaclava, os alunos foram obrigado a fazer exercícios físicos rigorosos e aspirar até mesmo gás lacrimogêneo. Depois, tiveram que andar no meio do mato como se estivessem fazendo patrulha e foram obrigados a rastejar na lama e atravessar um lago por meio de um cabo submerso de aproximadamente 40 metros de extensão.
Durante a travessia, os alunos, segundo prossegue o documento, foram submetidos a vários caldos que eram aplicados pelo tenente Vulcão e pelo soldado Gaia. Alguns chegavam próximo ao desmaio. O soldado PM Cruz foi um dos últimos a atravessar o cabo submerso e começou a gritar.
Segundo os relatos, ao ouvir os gritos do soldado, o capitão Vicente chamou o médico, que estava na sede da fazenda juntamente com uma ambulância. Durante cerca de 20 minutos, tentaram reanimar o soldado Cruz com massagem cardíaca. O soldado acabou sendo retirado local, mas não resistiu: poucas horas depois, foi confirmado seu falecimento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tudo isso, toda essa humilhação para não ganhar nada a mais no salário, a única coisa que ganham é ir para uma tropa mais segura e deixar a farda verde...

Anônimo disse...

concordo caro amigo anônimo,pois só comheço uma tropa que se dedica totalmente e é verdadeira ELITE QUE É O COE Compahia de Operações Especias eles sim tem o curso de operações especiais, eles que deveriam dar qualquer tipo de curso ou instruções pois são serios e corretos

Anônimo disse...

Temos muitos instrutores bons na pm pa,vc esta puxando o saco,para vc "TÁ DE SACANAGEM XERIFE,É UM PX SACO,É UM FANFARÃO"