domingo, 26 de outubro de 2008

Polícia investe na web

No AMAZÔNIA:

Oficialmente, a Polícia Militar do Pará não usa a internet como uma arma contra o crime. Contudo, vez por outra a rede mundial de computadores se torna ferramenta para investigação e para a polícia se antecipar a crimes. Por meio dela, a PM evitou briga de gangues e prendeu assaltantes que se exibiam em sites de relacionamentos.
A internet é usada em larga escala pelos policiais da 2ª Seção do Comando Geral, uma área de inteligência da Polícia Militar que não tem suas ações divulgadas. Seus componentes andam à paisana e investigam tanto oficiais da própria corporação quanto civis. No entanto, é difícil saber de detalhes sobre este setor, pois a assessoria de imprensa da PM não divulga há quanto tempo ele existe, nem quantos policiais participam dele.
Foi por estímulo de um tenente da 2ª Seção que, no final do ano passado, o major Michel Camarão, da 6ª Zona de Policialmento da Capital, começou a usar a tática de monitorar prováveis criminosos a partir da internet. O grupo de policiais comandados por este tenente havia descoberto que a torcida organizada Terror Bicolor, proibida de existir por ordem judicial, estava funcionando de maneira disfarçada. Para piorar, seus integrantes estavam marcando encontros para brigar com a torcida organizada rival, Remoçada, que também não tem autorização para funcionar. 'O pessoal da 2ª Seção começou a investigar e, ao ver que o caso se dava na minha área de atuação, me passou a responsabilidade', conta o major. Daí em diante, ele passou a usar a web como ferramenta de trabalho.
Major Camarão passou a monitorar as mensagens trocadas entre participantes de um fotolog que tinha todas as características da Terror Bicolor. A partir de um momento, notou que eles estavam marcando um encontro para brigar com a torcida concorrente, durante o último jogo que ocorreu entre Remo e Paysandu, no estádio do Mangueirão, durante o início deste ano. 'Com essas informações, nós mobilizamos um efetivo grande para o Entroncamento, que seria o ponto de encontro, antes do horário marcado. Dessa forma, conseguimos evitar o conflito sem que houvesse necessidade de efetuar qualquer prisão', conta. No Re X Pa anterior, havia ocorrido brigas entre as torcidas organizadas, com quebra de ônibus e dezenas de detidos.
De acordo com o major, as brigas costumam ser filmadas pelas próprias torcidas, que exibem os vídeos no site Youtube.com. Já o Orkut, site de relacionamentos mais usado no Brasil, já não é tão utilizado para agendamento de confusões, por ser muito visado, acredita o major Camarão.

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