sexta-feira, 12 de junho de 2020

Deputado diz que Alepa está omissa em apurar denúncias contra o governo Helder Barbalho e alerta que parlamentares ainda vão acabar levando ovo na cara


Uma intervenção do deputado Delegado Caveira (PP), durante a sessão virtual da Assembleia Legislativa do Pará, nesta quarta-feira (10), logo após a deflagração da Operação Para Bellum, expôs nua e cruamente o grau de subserviência e omissão da Alepa diante de seu papel primordial de fiscalizar os atos do Poder Executivo.

A subserviência acachapante da Alepa foi descrita com linguajar cirúrgico – e dilacerante, convenhamos - por um de seus próprios integrantes, diante de vários de seus pares, inclusive do presidente do Legislativa, Daniel Santos (MDB), que não levantou a voz, seja para retrucar com veemência, seja para ponderar com moderação o que acabara de ouvir.

“Assembleia Legislativa omissa. Omissa. Pouquíssimos têm coragem de abrir a boca para falar. Denúncias, raras denúncias estão sendo feitas pela Assembleia Legislativa. E esse é o nosso papel, parlamentares. Esse é o nosso papel: denunciar. [...] Não houve sequer uma reunião da comissão de saúde para visitar os hospitais de campanha. Quantas vezes eu solicitei!”, lembrou Caveira.

Ele parabenizou o Superior Tribunal de Justiça, que autorizou a operação, e a Polícia Federal, que a executou, disse que as investigações são necessárias para esclarecer “desmandos que vêm acontecendo no estado do Pará” e defendeu a demissão de todos os envolvidos nas supostas irregularidades, a começar pelo secretário de Saúde, Alberto Beltrame. “Temos que demitir pessoas. Governador, comece pelo Beltrame, mande embora hoje”, cobrou o deputado.

Delegado Caveira fez um alerta sobre as consequências da inação da Alepa. “Chegamos a um ponto em que não dá mais para ficar calado. O parlamentar que ficar dentro do casulo agora, ele vai ser destruído pela mídia, não vai nem mais sair na rua, igual hoje a vários políticos que não podem mais sair na rua que tomam ovo na cara”, avisou.

Acrescentou ainda: “Eu não coaduno com roubalheira, com desvio de dinheiro, com corrupção, com imoralidade. Nem tudo que é legal é moral. Aqui mesmo nesta Casa de eis esmo tem muita imoralidade. Eu já falei muito a respeito.”

Assista no vídeo à integra da fala do parlamentar.

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