Uma intervenção do deputado Delegado Caveira (PP), durante a sessão virtual da Assembleia Legislativa do Pará, nesta quarta-feira (10), logo após a deflagração da Operação Para Bellum, expôs nua e cruamente o grau de subserviência e omissão da Alepa diante de seu papel primordial de fiscalizar os atos do Poder Executivo.
A subserviência acachapante da Alepa foi descrita
com linguajar cirúrgico – e dilacerante, convenhamos - por um de seus próprios
integrantes, diante de vários de seus pares, inclusive do presidente do
Legislativa, Daniel Santos (MDB), que não levantou a voz, seja para retrucar
com veemência, seja para ponderar com moderação o que acabara de ouvir.
“Assembleia Legislativa omissa. Omissa.
Pouquíssimos têm coragem de abrir a boca para falar. Denúncias, raras denúncias
estão sendo feitas pela Assembleia Legislativa. E esse é o nosso papel,
parlamentares. Esse é o nosso papel: denunciar. [...] Não houve sequer uma
reunião da comissão de saúde para visitar os hospitais de campanha. Quantas
vezes eu solicitei!”, lembrou Caveira.
Ele parabenizou o Superior Tribunal de Justiça,
que autorizou a operação, e a Polícia Federal, que a executou, disse que as
investigações são necessárias para esclarecer “desmandos que vêm acontecendo no
estado do Pará” e defendeu a demissão de todos os envolvidos nas supostas
irregularidades, a começar pelo secretário de Saúde, Alberto Beltrame. “Temos
que demitir pessoas. Governador, comece pelo Beltrame, mande embora hoje”, cobrou
o deputado.
Delegado Caveira fez um alerta sobre as
consequências da inação da Alepa. “Chegamos a um ponto em que não dá mais para
ficar calado. O parlamentar que ficar dentro do casulo agora, ele vai ser
destruído pela mídia, não vai nem mais sair na rua, igual hoje a vários
políticos que não podem mais sair na rua que tomam ovo na cara”, avisou.
Acrescentou ainda: “Eu não coaduno com
roubalheira, com desvio de dinheiro, com corrupção, com imoralidade. Nem tudo
que é legal é moral. Aqui mesmo nesta Casa de eis esmo tem muita imoralidade.
Eu já falei muito a respeito.”
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