MPs Federal, do Trabalho e do Pará e Defensorias Públicas do Pará e da União informaram, na manhã desta segunda-feira (15), que o novo formato do boletim diário que a Sespa vem divulgando desde a última sexta (12), sobre os números da Covid-19, não contempla o nível de transparência exigido para se aferir com maior precisão sobre o grau de avanço ou recuo da pandemia no estado.
O boletim agora traz os casos cadastrados
referentes aos últimos sete dias e os que ocorreram antes disso, o que
tecnicamente a secretaria chama de subnotificações, ou seja, os dados que as
prefeituras fornecem com bastante atraso ao governo do estado. O mesmo procedimento
ocorre em em relação aos óbitos.
Os
boletins, que passarão a ser divulgados uma vez ao dia (às 18h), e não mais
duas vezes, como vinha ocorrendo, também vão apresentar, como o de hoje, a
discriminação dos novos casos e dos novos óbitos por região do estado.
Na
sexta-feira, o próprio governo do estado informo que “a Secretaria de Estado de
Saúde Pública do Pará (Sespa) passa a divulgar um novo modelo de Boletim diário
com casos confirmados, recuperados e óbitos por Covid-19 registrados no Pará.
Além de aprimorar a forma de divulgação dos dados, a mudança atende às
sugestões feitas pelos Ministérios Públicos Federal (MPF), Estadual (MPE) e do
Trabalho (MPT), e pelas Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado (DPE)”,
conforme se lê em matéria disponível na Agência Pará.
Diferentemente do recomendado, o governo decidiu
seguir divulgando os dados exclusivamente com uma separação prévia por data da
ocorrência. A única mudança é que antes o governo agrupava como “anteriores” os
casos e mortes ocorridos antes das últimas 24 horas, e agora serão agrupados
como “anteriores” os casos ocorridos antes dos últimos sete dias, explicam os
representantes das instituições.
Método
confuso - Para os MPs e Defensorias, o método de
divulgação permanece, portanto, confuso e não atende a recomendação, que
objetiva tornar mais clara e objetiva a informação ao público. Para os autores
os MPs e a Defensoria, a divisão por “última semana” traz ainda outros
problemas, como o fato de a divulgação levar em conta apenas os novos casos de
cada boletim, sem divulgação do total daquela semana, configurando-se uma
fragmentação indevida que, ao invés de esclarecer, traz mais dúvidas à
população.
Por isso, em recomendação conjunta emitida na sexta-feira, os MPs e Defensorias indicam a necessidade de que, em seus
boletins epidemiológicos, o estado do Pará confira destaque adequado ao número total
de novos casos e óbitos publicados por dia (tabela de “Novos casos confirmados
por dia pela data da publicação”), conforme era realizado, pela própria Sespa,
até o dia 20 de maio de 2020, com a consolidação diária do total dos novos
casos em um único boletim epidemiológico”.
Recomendam ainda que eventuais boletins parciais
divulgados ao longo do dia sejam cumulativos e sem prejuízo do Boletim diário
consolidado. Também pedem que que a divulgação de casos confirmados e óbitos
seja também disponibilizada de forma regionalizada (Regionais de Saúde) e que
seja elaborado levantamento dos municípios que não mantêm o repasse de
informações diárias, identificando suas dificuldades.
Com informações da Ascom do MPF
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