A Assembleia Legislativa do Pará, ou parte diminuta dela, continua exasperada com a atuação do secretário de Saúde, Alberto Beltrame.
Como o Espaço
Aberto já mostrou, o secretário está
sob fogo cerrado de parlamentares – e não apenas de uns poucos da oposição,
mas até mesmo de alguns da ampla, esmagadora maioria governista, como é o caso de
Júnior Hage, que reiteradamente tem criticado o que considera o desinteresse e
a pouca importância de Beltrame em relação a legítimos pleitos parlamentares.
O titular da Sespa era o personagem mais
esperado na reunião da última
segunda-feira, na inoperante comissão
de acompanhamento dos gastos do Covid-19, presidida pelo cassado Iran Lima.
Questionado por parlamentares sobre a compra de 152
respiradores imprestáveis pelo valor de R$ 25,2 milhões, objeto da Operação Para Bellum, Beltrame disse
que nem sabia do que estava sendo acusado.
A falta de convencimento do secretário mantém em
alta as chamas da insatisfação entre os deputados de oposição, como é o caso de
Thiago Araújo.
Na sessão virtual de quarta-feira (17), o parlamentar do Cidadania, pura e simplesmente, defendeu o cancelamento dos atos de dispensa de licitação. “A sociedade não aguenta mais. O governo do estado do Pará não pode mais ficar fazendo contratação com ato de dispensa de licitação”, cobrou Araújo (assista ao vídeo).
A rigor, a pretensão do deputado do Cidadania talvez
seja extremada. Até porque, se a dispensa de licitação é prevista em lei, não
há por que evitá-la neste período de emergências em que vidas precisam ser
salvas. E para salvá-las, a Administração Pública não pode, muitas vezes, ficar
engessada pelas solenidades legais que se exigem normalmente num processo
licitatório, que pode levar até meses para se concluir, dependendo de sua
complexidade.
Mas, na essência, o deputado está certo em
cobrar que a forma, os procedimentos, os ritos que se exigem para a dispensa de
licitação sejam seguidos rigorosamente, sob risco também de contrariarem a lei,
caso o administrador se precipite.
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