quarta-feira, 13 de junho de 2012

“Vou voltar à minha banca de advocacia”, diz Ophir

Ophir Cavalcante: eleição direta abalaria a liberdade e a independência da OAB
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, já decidiu: não vai concorrer à reeleição, no pleito marcado para o final deste ano. “Assim que encerrar meu mandato, vou voltar à minha banca de advocacia”, garantiu Ophir, em contato com o Espaço Aberto por telefone.
Ele explicou que, ao decidir não disputar a reeleição, apenas segue um compromisso público, externado desde o início de sua gestão, como também obedece a uma tradição na entidade.
“Desde que eu assumi o cargo, estabeleci como objetivo exercer apenas um mandato na Ordem. E a tradição na entidade é a de que os presidentes nacionais não disputem a reeleição. Os que tentaram romper essa tradição acabaram não se reelegendo”, lembrou o presidente.
Ele garantiu ao blog que, até agora, o grupo que o tem como um dos líderes na advocacia do Pará ainda não decidiu como vai se posicionar no próximo pleito da OAB no Estado, marcado para novembro.
Até agora, é certa a participação de dois candidatos no pleito. Um deles é o atual presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos. A outra é a ex-presidente da Ordem, Avelina Imbiriba Hesketh, que terá como vice o criminalista Oswaldo Serrão, uma chapa que tem no advogado Sérgio Couto, também ex-presidente da Ordem, um de seus principais articuladores.
Ophir assegura que não ficará neutro na disputa, uma vez que seu grupo também deverá lançar um nome para disputar o comando da OAB no Pará com Jarbas e Avelina. Em âmbito federal, o presidente nacional deverá apoiar a candidatura do atual vice-presidente da entidade, Alberto de Paula Machado, ou do atual secretário-geral, Marcus Vinicius Furtado Coêlho. "Meu compromisso é apoiar um desses dois nomes que já integram minha diretoria", disse.
O presidente reforçou que a OAB continua a se opor à pretensão de um segmento que pretende mudar o Estatuto da Ordem, para permitir que a escolha da direção nacional ocorra pelo voto universal direto, ou seja, pelo sufrágio individual de todos os advogados brasileiros. Atualmente, as seccionais, quando fazem suas eleições, escolhem três conselheiros federais que, por sua vez, elegem o presidente da OAB federal.
Para Ophir, a introdução do voto direto na eleição da OAB fatalmente arrombaria as portas da entidade ao abuso de poder econômico, uma vez que o pleito demandaria muito dinheiro para viabilizar a campanha. Além disso, Estados como o Pará ficariam sem a menor representatividade política.
“Atualmente, temos 750 mil advogados em todo o país. Desse total, 90% estão concentrados nas regiões Sul-Sudeste. Num cenário de eleição direta, a região Norte, por exemplo, não teria a menor influência”, explicou Ophir.
O presidente da OAB nacional destacou ainda o que considera uma outra desvantagem em relação à escolha direta: a subordinação da entidade a interesses políticos que fatalmente abalariam a liberdade e a independência da Ordem.
“Uma eleição direta para escolher o presidente nacional tornaria a OAB aliada de um governo de situação ou de um governo de oposição, contrariando o espírito de liberdade e independência que, historicamente, sempre marcou a atuação da Ordem”, disse Ophir.

5 comentários:

Anônimo disse...

Presidente da OAB e conselheiro trocam acusações


http://www.conjur.com.br/2012-jun-11/presidente-oab-nacional-conselheiro-federal-trocam-acusacoes

Anônimo disse...

Esse conselheiro do Rio é o porta voz do Wadih, presidente da OAB de lá, que contava suceder o pres. Ophir e como viu que jamais teria apoio de ninguém, porque é o PT que o patrocina pensando em dominar a OAB.

Sérgio Couto disse...

Caro Bemerguy,
Sou só um esforçado apoiador da candidatura de Avelina-Serrão, do movimento PELA HONRA.PELA ORDEM. Seria bom mesmo que quem "pariu Matheus, que o acalente". Ou seja, que o Ophir e a Ângela Sales, que inventaram o pecado, "tenham a gentileza de desinventar", para lembrar Chico. Apresentem-se à liça. Combatam. Sem aliançpas espúrias!

Anônimo disse...

O mandato de Ophir Cavalcanta acabou quando patrocinou a intervenção na OAB do Pará, a partir daí foi só bate-boca, crise interna e explicações sobre cotratos com o governo do estado. Enquanto isso a OAB sumiu do debate nacional, seja jurídico seja sobre as questões de interesse público, nada parecido com a presidência exercida por seu pai, que nunca teria se metido nesse atoleiro.

Anônimo disse...

Essa história de eleição indireta...
OPHIR mostrou a que veio quando defendeu o seu próprio status, de advogado público, e mandou ao CNJ representante para defender que Procuradores da AGU possam atuar em gabinetes de Magistrados Federais...
Poder econômico sobre menos de uma centena ou uma centena é mais poderoso do que poder econômico sobre mais de setecentos e cinquenta mil Advogados.