Do leitor Artur Dias, sobre a postagem "Depredação teve 'fundo espiritual e pedagógico'":
Os autores da nota escarnecem da população brasileira e das instituições, ao pretenderem se desvincular dos atos de vandalismo perpetrados no canteiro do CHE Belo Monte. Enquanto a Constituição Federal proclama a igualdade de todos os brasileiros, dentro de sua diversidade, os autores se pretendem acima dessa contingência: se sua demanda é derrotada, impõem-na à força. Afinal, a derrota nunca é culpa da inviabilidade da demanda, e sim dos “poderosos”. Essa deformação é evidente já no início da nota: invadem um canteiro de obras para “denunciar violações ambientais e sociais”, mas não gostam de saber que seus rostos foram registrados por câmeras. Se a causa é tão boa, por que esconder a cara? Prática semelhante, só os ladrões comuns têm, ao destruir câmeras de segurança nos locais que atacam. Observemos que a causa é tão boa que precisa importar manifestantes em outras cidades, fora do circuito do Xingu.
“Os índios se revoltaram contra as violações”: contem, nas imagens da TV, a proporção entre mascarados evidentemente profissionais do vandalismo e índios (inclusive índios importados do Tapajós). A completa falta de respeito com os brasileiros se consuma neste trecho repugnante da nota: “O ato teve um fundo espiritual e pedagógico”! Que concepção têm os autores da nota da espiritualidade e da educação indígenas! Para se elevar espiritualmente, é preciso destruir computadores; para educar os funcionários do consórcio, é preciso aterrorizá-los e roubar seus celulares e documentos!
Nem em 2007, quando os kayapó agrediram o engenheiro da Eletronorte, houve apoio indígena a tal barbárie! Claro que para se fazer de inocentes, os autores jogam tudo nas costas largas, nas buchas de canhão – os índios. “Os índios disseram”, “os índios afirmam”. Mas a nota vai adiante, afirmando que existe na “espiritualidade indígena” uma tal de “lógica própria” que não comporta a “interferência de outros povos”, como se os índios fossem uma humanidade à parte, num território à parte!
Céus, como se espanca a lógica verdadeira em tão poucas linhas! Vivesse a meia dúzia de índios da manifestação (inclusive os importados do Tapajós) em outro planeta, aí sim, nós não teríamos de nos preocupar se eles estariam vandalizando bens públicos lá no seu planeta. Mas o vandalismo foi aqui, feito não pela totalidade dos índios, alguns importados do Tapajós mais alguns militantes profissionais. Todos sujeitos às leis do país que, embora saibamos que eles as contestarão, se presos mais tarde, recorrerão a elas, para se safar.
Estranho, não?
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