quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nojo de Erundina não é à forma, mas ao conteúdo. Ou não?


Lula e Maluf, com Haddad ao centro: e se essa foto não tivesse existido, tudo seria diferente?
A bem da honradez da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), que se revelou honrada ao desistir de compor uma chapa apoiada por Paulo Maluf, convém destacar: quando externar as razões de sua repulsa, ela precisa deixar claro, muitíssimo bem claro, que seu nojo, seu asco não foi propriamente à forma, mas ao conteúdo dessa aliança articulada pelo ex-presidente Lula.
Erundina, ao se manifestar pela primeira vez sobre sua recusa em ser vice de Fernando Haddad (PT), na disputa pela Prefeitura de São Paulo, disse coisas assim.

O Lula é sensitivo, tem sensibilidade, é intuitivo. Nessas alturas, ele já deve ter lido o que falei. Com certeza, Lula já deve ter percebido o fora que ele deu [ao fazer fotos com Maluf].

Disse mais:

Você vai na casa de alguém quando tem intimidade com ela, amizade, respeito. Eu não acho que o Lula tenha respeito por Maluf nem vice-versa.

Olhem só.
Quem lê essas coisas imagina que Erundina decidiu debandar da chapa não propriamente por princípios, mas pelo excesso de homenagens, de rapapés que Lula dispensou a Maluf, indo à casa do deputado, almoçando com ele e ainda tirando fotos como a que está acima.
A impressão que se tem é a de que, se Lula e Maluf não tivessem se encontrado, se o acordo tivesse sido formalizado por telefone, se os dois não tivessem tirado fotos se cumprimentado, a impressão, portanto, é de que Erundina teria continuado na condição de vice na chapa de Haddad.
A gente sabe que a deputada Luiza Erundina, por sua honradez, por sua transparência, por sua coragem de anunciar publicamente a repulsa a elementos como Maluf, foi movida por princípios éticos.
Mas seu discurso, insistindo tanto na questão da foto, fica meio, digamos assim, dúbio. No mínimo.
No mais, plec, plec, plec para Erundina.
Aplausos pra ela.
E que sua conduta ensine uma lição: por uns minutos a mais, por uns segundinhos a mais no programa eleitoral gratuito, a ninguém se permite rebaixar-se à sarjeta, a ninguém se tolera rebaixar-se ao rés do chão.
O PT não aprendeu essa lição.
Que outros aprendam.

8 comentários:

Anônimo disse...

REPITO: ESTOU INDIGNADO É COM O MALUF POR TER SE ALIADO AO LULA E AO PT.
O QUE DEU NO SENHOR DEPUTADO? NÃO TEM VERGONHA, NÃO?
COMO TEM CORAGEM DE UNIR-SE A ESSE PESSOAL DO SUBMUNDO DA POLÍTICA?
NUNCA MAIS VOTAREI NO SENHOR! NESSE PESSOAL DO PT E LULA NUNCA VOTEI MESMO. NUNCA FUI TROUXA.

Anônimo disse...

Na República Tudo Por Dinheiro e Poder surgiu a AIPIDS

Assim como a AIDS é consequência de relacionamentos sexualmente promíscuos entre espécies e entre os da mesma espécie, é possível que estejamos prestes a sofrer as consequências pelo surgimento, a partir do Brasil, da nova e terrível doença AIPIDS (Síndrome da Imunodeficiência Politica e Ideologicamente Adquirida).

E o Lula e Maluf, acompanhados de seus seguidores - todos vetores da AIPIDS, se ufanarão e dirão, "O Capitalismo, a Justiça e a Interpol ferrou com nóis, mais agora nóis ferra com o Capitalismo, a Justiça e a Interpol!".

Anônimo disse...

Aplausos para ti, caro PB, que não hesita em tratar o tema expressando o que pensa. Certamente, vais ganhar a antipatia de teus leitores (e amigos) petistas, talvez escutes uma crítica aqui ou ali.

Mas no futuro próximo vamos aferir o custo dessa aliança espúria (para o PT, é claro).

Unknown disse...

Galera visita meu blog Comenta e tudo
http://adisonbrendo.blogspot.com.br/ quero dicas e pessoas que já tem experiência

Anônimo disse...

Lula fazendo acordo com um procurado pela Interpol. Erundina pulou fora, pois sendo a quarta, caracterizaria formação de quadrilha.

Anônimo disse...

O anônimo da s10:46: deveria ganhar o nobel do besterol.E
o segundo fez uma anologia bem pesada.
Tudo na política, não é mais pessoal, e definitivo, tudo é passivo de mudanças. Tornou- se uma nuvem de superficialidade de efemeridade.

Guerreiro disse...

“Apesar de ter desistido de concorrer como vice à Prefeitura de São Paulo, na chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT), a deputada Luíza Erundina (PSB-SP) descartou a possibilidade de apoiar outro candidato: “Minha desistência não significa recusa ao Haddad ou ao projeto que ele representa. Nada me move ou me leva a sair deste campo onde eu sempre estive, que é o campo socialista. Eu não vou mudar de lado nunca”
(Blog do Saraiva)

Anônimo disse...

O anônimo das 13:02
Aqui é o anônimo das 10:46
Muito obrigado pelo elogio!
O problema é quando essa política mexe no bolso de quem, principalmente, paga impostos diretos, como eu. Se vc não souber o que é imposto direto.... consulte um livro de Direito Tributário.
Portanto, melhor ganhar o nobel do besterol do que guindar a política a "uma nuvem de superficialidade de efemeridade."
Inclusive, sua frase tem um lirismo ímpar, mas serve apenas para estimular os desavisados de plantão (dos quais me excluo) a acreditar que a política brasileira ainda é feita de gente bacana, cujos únicos adjetivos são a "superficialidade e a efemeridade".
Ocorre que é preciso ir mais longe, ou melhor, mais fundo. E nesse contexto a expressão submundo é até bem delicada, especialmente para esse pessoal da foto e para quem hoje serve-se da política para se aproveitar dessa "impessoalidade" e meter a mão no bolso dos contribuintes honestos.
Viva o meu besterol!