Erundina preservou sua honradez. Menos mal.

Essa foto - e tudo o que ela significa para perdidas purezas éticas - foi demais para Luiza Erundina

Então é assim.

Erundina fez que não, fez que sim, foi, voltou, acelerou, remancheou e, enfim, renunciou.

Até ontem de manhã, todos os sites indicavam que a deputada do PSB renunciara à renúncia que se esperava dela à condição de vice na chapa de Fernando Haddad (PT) a prefeito de São Paulo, desde que foi confirmada a aliança entre o PT e o antes execrado – pelo petismo, claro – Paulo Salim Maluf.

À noite, no entanto, Erundina foi Erundina.

E renunciou.

Quando se diz que Erundina foi Erundina, é que a deputada, felizmente, decidiu preservar sua biografia.

Erundina é uma mulher honrada.

Pode ter feito uma gestão aquém das expectativas em São Paulo, quando foi prefeita.

Mas é honrada.

E sua honradez foi testada inclusive no exercício de mandatos parlamentares.

Em 2009, um grupo de amigos da deputada precisou se mobilizar, arrecadando fundos para ajudá-la, uma vez que foi obrigada a penhorar seus únicos bens - um apartamento e dois carros - para pagar parte de uma dívida com a Prefeitura, avaliada em R$ 350 mil. Como os imóveis não cobriam o valor, todo mês, 10% de seu salário eram retidos.

Tomara que o exemplo de Erundina frutifique.

É difícil, mas torçamos para que frutifique.

Um minuto e alguns trocados de segundos a mais num programa de televisão não valem a honra de ninguém.

Erundina percebeu isso.

O PT, pena, ainda não.

E, parece, nem está propenso a perceber.

Putz!