O PT é Maluf. Maluf é o PT. Tudo a ver. Ou quase.

E o PT, hein? Cada vez mais, está parecido com os outros.
Os outros, no caso, são os partidos que o PT, em passado nem tão remoto, apontava como impuros, desprovidos de qualquer senso ético, integrado por malfeitores e inspirados por princípios os mais reles, os mais desprezíveis, repulsivos e politicamente incorretos.
Em passado nem tão remoto, o PT apontava Maluf como corrupto, ladrão, impuro, expressão pura e cristalina da direita carrancuda, simbolo e emblema dos refugos das burguesias e das zelites - decadentes ou não.
Sim, Paulo Maluf, este monumento à impunidade que deu origem até a um verbo, malufar, conjugável em todos os modos, tempos e pessoas. Sobretudo pelo PT.
Eram outros tempos.
Outros dias.
O PT, naqueles tempos, naqueles dias, ainda era o PT, um partido orgânico (oohhhh!), homogêneo, alicerçado em princípios - os mais puros, os mais transparentes, os mais sintonizados com anseios de mudanças pelo novo, sejá lá o que isso significasse.
E hoje?
Olhem a foto.
É histórica.
É de ontem.
No centro, Fernando Haddad, candidato do PT a prefeito de São Paulo, nas eleições de outubro.
De um lado, Lula.
De outro, Maluf.
Ambos se cumprimentam.
Não se sabe se, depois disso, ambos desinfetaram as mãos.
De qualquer forma, o cumprimento fica registrado.
Um cumprimento que selou a aliança entre o PT e Maluf, para eleger Haddad prefeito da capital paulista.
E depois ainda dizem que é só na política daqui, a nossa política, que boi avua.
Não é.
Avua em qualquer paragem.
Onde haja partidos que aspirem ao poder, aí temos um boi prestes a avuar.
Seja nas asas de princípios éticos mais ou menos acolhíveis.
Seja nas asas de alianças implausíveis, impossíveis e improváveis, qualificativos que os bois, quando avuam, contrariam plenamente.
Céus!