quinta-feira, 8 de setembro de 2011

E quem disse que omissão de socorro não é crime?

Um Anônimo passou por aqui.
Deixou comentário na postagem "Massacraram injustamente a médica Cynthia Lins".
E parece que teve, como diríamos, um entendimento meio enviesado sobre o que se disse lá.
Leiam abaixo o que disse o Anônimo:

Nenhum argumento justifica a omissão de socorro. Até um cachorro se estiver no meio da rua gemendo merece ajuda, ainda mais uma grávida em trabalho de parto na porta de um hospital.
Se não tinha leito, fazia o atendimento dentro da ambulância ou pelo menos vinha olhar para ver o estado da grávida.
Se a médica não estava a trabalho, nem deveria estar hospital. Deveria estar em outro local, menos lá.
Nada justifica tenta agora justificar o injustificável. Só falta agora, essa médica querer indenização do Estado. Era o que faltava.
Quando alguém passa mal, até os amigos que não são médicos estendem a mão amiga, imiginem um médico que tem a obrigaçao de dar esse atendimento em seu espaço de trabalho.


Ei, Anônimo.
Vamos nos entender.
Primeiro: ninguém disse na postagem que a omissão de socorro deve render um prêmio, uma homenagem, uma distinção a quem se omitiu de prestar socorro médico. Se você encontrar uma menção nesse sentido, o poster promete plantar bananeira no meio da Presidente Vargas, numa segunda-feira, às 12h, em reconhecimento ao erro que supostamente cometeu.
Segundo: a médica, segundo apontam todos os indícios, estava no hospital numa atividade acadêmica.
Terceiro: mesmo sem estar a trabalho, ela se prontificou a examinar a parturiente, o que, se realmente ocorreu, é ato que dignifica a profisssional, que abandonou suas atividades acadêmicas no interior do hospital para socorrer paciente que precisava de cuidados médicos.
Quarto: precisamos de mais explicações suas quando você diz que "quando alguém passa mal, até os amigos que não são médicos estendem a mão amiga, imiginem um médico que tem a obrigaçao de dar esse atendimento em seu espaço de trabalho." Ora, Anônimo, mas se até quem não é médico tem a obrigação de estender a mão amiga a quem precisa, como é que você pode censurar a médica por ter estendido a sua mão amiga - e técnica, já que é médica - a uma pessoa que precisa de cuidados médicos, mesmo que ele não fosse a plantonista?
Quinto: você acha um absurdo a médica exigir reparação do Estado, caso se configure que ela não incorreu no crime de omissão de socorro. Não, Anônimo, isso não é um absurdo. É uma obrigação da médica fazer isso para preservar sua honra, se realmente tiver sido abalada. Se ela não fizer isso, Anônimo, que o fará no lugar dela? Você?
E por último, mas não menos importante: a Santa Casa, Anônimo, já confirmou que a médica não estava de plantão, e sim outro médico, cujo nome não se revela. O que você tem a dizer do médico plantonista, hein, Anônimo, mesmo que seu nome não tenha sido revelado? Se você está censurando a médica, que nem era platonista mas prestou socorro, o que terá você a dizer do plantonista, hein, Anônimo?

7 comentários:

Yúdice Andrade disse...

Uma pequena ressalva, em nome da negligenciada classe dos professores: a expressão "mesmo sem estar a trabalho" está errada. Ela estava a trabalho, porque supervisionava acadêmicos. Faço esta ressalva porque, a todo momento, pessoas nos perguntam se nós "só" damos aula ou se "trabalhamos também". Convenhamos, se lecionar não é trabalho, eu não sei o que é.
Sei que o editor deste blog não teve qualquer intenção negativa. A manifestação é mais um desabafo por conta dos precedentes que conheço.

Anônimo disse...

Vai sobrer pros manés ....

Poster disse...

Caro Yúdice.

A expressão "mesmo sem estar a trabalho", constante do terceiro item, na contestação do blog ao Anônimo, indica que a médica não estava a trabalho "da" Santa Casa.
Ela estava a trabalho "na" Santa Casa, uma vez que supervisionava acadêmicos que estavam por lá.
Mas não estava a trabalho "da" Santa Casa, eis que o plantão não era dela, mas mesmo assim a médica, ao que se sabe, prontificou-se a atender a paciente.
Abs.

Anônimo disse...

Melhor desenhar, o anônimo não captou nada.

Vladimir Koenig disse...

Yúdice, meus amigos músicos dizem que sempre ouvem isso! Hehehehe. "Você é músico? Que legal! Mas você também trabalha, né!?". Hehehehe.
Abraços,
Vlad.

Anônimo disse...

Independente de estar ou não de plantão, a senhora acusada não é servidora da Santa Casa? Ou sera que alguem, vendo o seu trabalho pegar fogo, não telefonará aos bombeiros?
E mais: mesmo não sendo servidroa ela é médica. Ou será que médico tem a liberdade de socorrer apenas quando está de plantão?

Anônimo disse...

Concordo com o anônimo das 10:28h, vai acabar sobrando pros Manés,Zés e outros mais que façam parte do "povão". Já construíram um álibi, até um sujeito oculto apareceu(o médico plantonista)e daqui a pouco vão dizer que tudo não passou de uma alucinação coletiva...rrss e aí meus caros, a médica vai ser condecorada, a SESPA premiada pelo "belo trabalho" desenvolvido na "Nova Santa Casa" e os pais das crianças e os bombeiros, processados por levantarem "falso testemunho" rrrsss
É a vida...a eterna luta de classes...