No AMAZÔNIA:
O governo do Estado apreendeu 6,4 mil metros cúbicos de madeira em tora e serrada, na manhã de anteontem, na localidade de Santa Maria do Uruará, município de Prainha, na área da Reserva Extrativista (Resex) Renascer, oeste do Pará. A ação coordenada pelo chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, e pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Aníbal Picanço, foi uma resposta do governo ao confronto ocorrido na semana passada, na confluência dos rios Uruará e Tamuataí, onde dezenas de famílias de sete das 13 comunidades que vivem na área da Renascer - e acampam há 52 dias no local para evitar a saída de madeira da reserva -, foram atacadas a bala por seguranças ligados à madeireira. Dois agricultores foram feridos. As informações são da Agência Pará.
O porto da madeireira Jaraú, que já estava sob embargo judicial, foi fechado durante a operação. A empresa está proibida de retirar a madeira do local até que apresente os documentos que comprovam a legalidade da extração. Caso a madeira seja ilegal, como denunciam as comunidades da Renascer, a empresa terá de pagar o equivalente a R$ 3,4 milhões em multa e a madeira será leiloada, com renda revertida para as comunidades que vivem na Resex.
Operação - Com apoio de dois helicópteros e duas lanchas do Sistema de Segurança Pública, Puty e Picanço se deslocaram do município de Monte Alegre até Santa Maria do Uruará para autuar a empresa. No pátio da madeireira foram recebidos por cerca de 60 pessoas lideradas pela vereadora Iane Amorim (PT do B). Segundo ela, o fechamento da madeireira prejudicará diretamente 200 pessoas, cujas famílias perderão sua fonte de renda. 'A reserva foi empurrada goela abaixo. Queremos a revisão da área', disse Iane.
Cláudio Puty explicou que a governadora Ana Júlia Carepa enviou os secretários a Prainha para atender a um pedido da Prefeitura, cumprir a lei, garantir as prerrogativas da Resex e evitar que novos conflitos violentos possam resultar até em mortes. 'A empresa foi autuada para comprovar a legalidade da madeira e está proibida de operar aqui na área da reserva', disse Aníbal Picanço, ao informar que o contingente policial foi reforçado para assegurar uma operação 'pente-fino' da Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema), em todas as madeireiras da região, para averiguar a legalidade da madeira extraída.
O secretário disse que tanto a governadora Ana Júlia Carepa quanto o presidente Lula não querem que a Resex represente prejuízos e se propôs a receber uma comissão de moradores no início de fevereiro.
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