sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Violência ronda mototaxistas

No AMAZÔNIA:

O mototaxista passou a ser visto com receio pelos moradores de bairros periféricos. Tudo porque muitos assaltantes, que já usavam motos para cometer crimes, resolveram se vestir de mototaxistas para roubar. Além disso, segundo testemunhas, semana passada, vários motoqueiros trajados como profissionais perseguiram, armados e dando tiros, um homem suspeito de ter roubado uma motocicleta do grupo, no bairro da Cabanagem. Por conta do número de ocorrências do tipo, Policiais Militares da 5ª Zpol são orientados a revistar regularmente qualquer pessoa que transporte passageiros em motos.
Na quarta-feira da semana passada, um mototaxista foi roubado e um grupo de colegas iniciou uma perseguição armada pelo bairro da Cabanagem. O cabeleireiro Paulo Cesar Silva lembra de ter se assustado com o barulho de motos e de disparos de arma de fogo enquanto saía de seu salão, por volta das 22 horas. 'Todos estavam de capacetes, não dava para saber quem era quem, nem se realmente trabalham com transporte. Só sei que, depois de ver isso, dá um certo receio de pegar mototáxi', confessa Paulo Cesar. Segundo ele, o suposto bandido deixou a moto e conseguiu escapar, pulando um muro em direção à invasão do Sabão.
Nos dois pontos de mototáxi próximos - rua do Fio e rua Benjamin -, todos garantiram não conhecer os autores da perseguição e dos disparos ouvidos por toda a vizinhança. Além disso, apesar da insegurança diária, eles afirmam que é inviável andar armado, pois sofrem revistas constantes.
Em uma semana, foram quatro motos de transporte de passageiros roubadas. Uma delas foi de Francisco Carneiro da Silva, que trabalha na função há cerca de um ano, no bairro da Cabanagem. Ele teve que pagar resgate de R$ 600 para reaver o veículo e continuar trabalhando. Na quarta-feira da semana passada, além do roubo que motivou a perseguição, houve outro assalto a mototaxista. Anteontem, houve mais um. 'A gente só conta com a proteção de Deus mesmo. É bom que a polícia reviste todos, mas o problema é que é muito fácil comprar nossa blusa e sair assaltando por aí', lamenta.
O capitão Anilson, subcomandante da 5ª Zpol, responsável pelo policiamento da Cabanagem, conta que os crimes cometidos por pessoas vestidas de mototaxistas são preocupação antiga. Uma reunião com a associação de mototaxistas, realizada no primeiro semestre do ano passado, tratou do assunto, com participação do Detran e Ctbel. Na ocasião, a categoria pediu fiscalização rigorosa. 'E isso tem sido feito, resultando em remoção de motos. Hoje, já observamos uma diminuição drástica nesse tipo de assalto', garante o capitão.

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