De acapus, ipês, violetas e orquídeas

É maldade – pura maldade -, sinceramente, achar que apenas Sua Excelência a governadora Ana Júlia não distingue um pé de acaju de um pé, ou melhor, de um cabelo acaju.
Há precedentes nessa área.
Há precedentes nessa mata.
Há precedentes nessa floresta de confusões.
Leiam, abaixo, os comentários que os jornalistas Lúcio Flávio Pinto e Miguel Oliveira mandaram pra cá, a propósito do, digamos, engano da governadora.

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A governadora não precisa ficar vexada, ô gente! O coordenador do programa florestal da Agropecuária Capemi em Tucuruí, Fernando Pessoa Ferreira, incumbido de usar a madeira em carboquímica, usando o acervo que seria inundado pelo lago da hidrelétrica, não sabia distinguir um pé de ipê de um pé de alface. Como ele, muita "otôridade", ontem, hoje e amanhã. Inclusive os supostos "ispecialistas". A Amazônia é a casa da mãe joana (e não só a Pessoa) e seu patrimônio é como aquela panela na qual todo mundo mete a mão.
Abraço,
Lúcio Flávio Pinto

Mano, eu fiz essa foto.
Tava um sol de esturricar e eu tive que usar todo o zoom da máquina para fazer o registro sem me expor aos raios utravioleta. Por isso eu não ouvi a nossa governadora tropeçar nas letras. Mais um detalhe: em todas as covas que receberiam as mudas, havia o nome de cada espécie: jatobá, acapu, seringueira, mogno e ipê.
Mas a soleira deve ter amolecido a moleira da nossa governadora. Ainda bem que ela tem bom humor.
Lembro de quando eu assessorava o ministro do Meio Ambiente, o paraense Coutinho Jorge, certa vez ele se referiu a uma orquídea como se fosse uma violeta. Era que a cor da orquídea era em tom lilás. E olhe que havia um orquidário no sítio do ministro em Santo Antônio do Tauá. Ele tentou corrigir, mas não deu. No outro dia, estava em todas as colunas o escorregão do ministro.

Miguel Oliveira
Editor do Blog do Estado

Estão aí.
Dois depoimentos insuspeitos de que há precedentes.
Mas para a governadora não confundir mais acapu com acaju, o blog lhe oferece as informações abaixo, sobre o acapu, que tem, inclusive, propriedades medicinais:

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Descrição: Planta da família das Caesalpiniaceae. Também conhecida como acapú, pitangueira, Bruinhart (Surinam), Sarabebeballi (Guyana), Wacapou (Guiana Francesa).
Descrição: Árvore não muito alta, de belo aspecto, bastante ramificada com folhagem escura e belas inflorescências (no início da estação chuvosa, de janeiro a março, conforme os lugares e os anos). No período da floração se destaca por suas flores amarelas pequenas que tornam o visual da árvore maravilhoso. Está distribuida dessa maneira : Estado do Pará: Belém até lgarapé-Açu, Anajás e Aramá (parte ocidental da llha do Marajó); llha de Nazaré e no Macujubim (llhas altas de Breves) freqüente à margem da Estrada de Ferro Alcobaça (rio Tocantins); abundante no rio Acará; Gurupá; Rio Xingu abundante entre Vitória e Altamira; rios Cussari e Curuá do Sul; Serra do Almerim; região do alto Curuá de Alenquer, nas matas entre os campos de Ariramba e o rio Cuminapanema, terras altas do médio Trombetas (rio Acapu; rio Erepecuru próximo à cachoeira do Infemo).
Propriedades medicinais: antiinflamatório, cicatrizante, fortificante neuromuscular.
Indicações: diarréia, infecções no útero e ovário, úlcera crônica.
Parte utilizada: casca seca.
Modo de usar:
decocção:
- uso interno: diarréia;
- uso externo: úlceras.
Contra-indicações/cuidados: não encontrados na literatura consultada. Porém nenhuma planta deve ser consumida em excesso e nenhum tratamento deve ser feito sem orientação médica.
Efeitos colaterais: não encontrados na literatura consultada. Porém nenhuma planta deve ser consumida em excesso e nenhum tratamento deve ser feito sem orientação médica.