sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Violência prejudica serviços

No AMAZÔNIA:

As passagens Samaumeira e da Ligação, no bairro da Terra Firme, a rua Honório José dos Santos e a passagem Motorizada, no Jurunas. Parte da estrada do Japonês, no bairro do Benguí, Fé em Deus e 27 de Setembro, no Guamá. Em todas elas, a falta de segurança e o risco de assaltos chega a impedir a entrega de contas e serviços de manutenção das redes elétricas e de telefone. Nem o apoio da Polícia Militar consegue evitar que equipes de prestadores de serviço sejam abordados e saqueados por assaltantes no meio do dia.
Os profissionais que atendem chamadas por falta de energia da Celpa registraram, de janeiro a julho de 2007, 87 boletins de ocorrências. Em 2008, foram mais de 40. Estão de fora dessa conta, os casos em que o serviço de religação não pôde ser concluído ou sequer iniciado por causa da ameaça de bandidos.
O prestador de serviço da Celpa Márcio Ferreira Palheta, que há três anos trabalha com a manutenção em medidores de energia, diz já ter escapado da abordagem de bandidos inúmeras vezes, enquanto estava em serviço no bairro da Terra Firme. 'Tem dia que a gente entra na rua e os próprios moradores mandam o recado pra sair. E se tem muito risco, a equipe coloca no relatório, diz que precisa de apoio policial e vai pra outro lugar. Não bate de frente com os bandidos, não', diz.
'Quando a gente pega essas áreas, fica com medo de chegar. Tenta pedir ajuda dos moradores e se vê um policial militar, pede apoio', diz Luiz Augusto Souza de Melo, eletricista de uma empresa contratada pela Rede Celpa.
Outra estratégia é priorizar os serviços nas áreas consideradas críticas, para as primeiras horas da manhã. A passagem da Ligação, na Terra Firme, é a campeã de reclamações por parte dos profissionais que prestam serviços às empresas de energia e telefone. Lá, o apoio da polícia até durante o dia é considerado imprescindível. 'Os bandidos querem roubar as ferramentas, a escada de alumínio, os fios de cobre que vão na carroceria. Eles atacam para saquear mesmo. Não livram a cara porque a gente tá trabalhando pra melhorar o serviço na comunidade', diz Márcio Ferreira.
O gerente do Centro Regional de Serviço de Belém da Celpa, Pedro Lima, diz que há casos de técnicos serem chamados pelos próprios assaltantes, que se passam por clientes. Há 32 anos trabalhando como carteiro dos Correios, dez deles nas ruas do Jurunas, Ronaldo de Souza Lima já perdeu a conta de quantas vezes se sentiu em apuros. 'Quem trabalha nessas áreas mais perigosas tem que ser vivo, tem que ficar esperto e não forçar a barra', ensina.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vai lá na Passagem da Ligação, vai Ana.
Lá é a tal Terra de Direitos, perfeita e acabada.