No AMAZÔNIA:
Quem precisa licenciar ou fazer vistoria em veículos tem de se munir de paciência. Com a terceira paralisação dos servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o atendimento no órgão da rodovia Augusto Montenegro passou a ser feito na sede do Corpo de Bombeiros, na avenida Júlio César, onde, além de lento, depende do funcionamento do sistema informatizado, que passou a manhã de ontem fora do ar, segundo os próprios funcionários.
De acordo com Lacênio Barbosa, membro do comando de greve e delegado sindical do Sindicato dos Servidores Públicos do Pará (Sepub), a categoria reivindica a aceleração da lei de reestruturação, para que seja formalizado o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR). 'Queremos que a lei de reestruturação seja aprovada para que reflita diretamente no organograma do Detran, que apresenta cargos que nem existem mais, como sinaleiro', exemplifica Lacênio.
Ainda segundo o sindicalista, a lei de reestruturação faz parte da política do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e que o Detran não estaria disposto a mexer no PCCR. 'O governo diz que não vai mexer nos vencimentos-base, pois isso causaria impactos na lei de responsabilidade fiscal. Mas, para nós, o reajuste é imprescindível. Como alguém pode viver com um salário tão indigno?', questiona Lacênio.
Por três vezes o comando de greve já se reuniu com a direção do Detran e com outros órgãos do governo. Na última sexta-feira, uma reunião entre representantes da Casa Civil, da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof), Secretaria de Estado de Administração (Sead) e diretoria do Detran discutiu os assuntos referentes à aprovação da lei de reestruturação fosse formalizada, mas até o momento nada foi concretizado.
Na manhã de ontem, os grevistas fizeram uma manifestação em frente à Assembléia Legislativa do Estado, com o objetivo de pedir o apoio dos deputados. Amanhã, os funcionários se reunirão em assembléia para definir a continuação da paralisação.
Na sede do Detran, na rodovia Augusto Montenegro, o atendimento foi comprometido. Segundo o gerente de atendimento da agência, apenas nove funcionários atuavam no atendimento a usuários, que normalmente conta com 12 pessoas na área. 'Estamos contando com a compreensão dos clientes, que têm sindo pacientes quanto à demora no atendimento', informou o gerente.
O atendimento para vistoria de veículos foi remanejado para a sede do Corpo de Bombeiros, na avenida Júlio César, esquina com a avenida Pedro Álvares Cabral. Na manhã de ontem, o movimento era razoável. Quem esteve na fila à espera de atendimento, reclamou. 'A gente pede uma informação e ninguém fala nada. O atendimento está péssimo', lamentou Ivanildo Cordeiro, que aguardava na fila por cerca de quatro horas.
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