Leitor – ou leitora, não sei - que se identifica como J. Beá ficou, digamos, meio agastado com comentários aqui do blog sobre ocorrências na Pousada dos Guarás. Vale a pena ler. Clique aqui e leia todo o comentário que está na caixinha.
O leitor diz que não é dono da Pousada.
Por que disse isso? Ninguém perguntou ser era dono ou não.
Diz que esteve em Salvaterra para um evento, na semana passada, “e parte dele foi realizada nesta pousada e achei o local agradável e com funcionários com a mesma preparação que se encontraria em Belém.”
Perfeito. Feliz do leitor. Mas a bióloga não ficou feliz, não, porque teve sua máquina furtada. E o leitor amigo do blog também não, porque teve que disputar sucos com tucanos. Só não disputou a tapa porque, é claro, tem o maior carinho por aves, pássaros e animais, quaisquer que sejam. Só ainda não se acostumou a acariciá-los na base do boca a boca. Tenta, tenta, mas não consegue.
O leitor diz que comentários como os do blog são “um desserviço ao sofrido setor do turismo do Marajó, que já sofre de longa data pela falta de um transporte decente entre outros problemas.”
Não são, não. Desserviço é esconder. Desserviço é calar. Desserviço é ter a máquina furtada e dizer para os amigos, por trás das portas: “Olha, mas não diz pra ninguém, viu? Porque precisamos promover o sofrido setor do turismo do Marajó.” Desserviço é disputar sucos com aves e dizer a alguns amigos: “Olha, eu achei aquilo uma porcaria. Mas não diz nada pra ninguém, não. Precisamos promover o sofrido setor do turismo do Marajó, não é?” Desserviço é ver o transporte precário precário e não reclamar. Fazer tudo isso é que prestar desserviço ao, vá lá, “sofrido setor do turismo”.
O leitor diz que furtos como o ocorrido na Pousada dos Guarás acontecem em hotéis de todo o mundo. Está certo o leitor. Mas, porque acontece em todo o mundo, o errado vira certo, o torto vira direito? Há crimes em todo o lugar do mundo, por exemplo. Então, só por isso vamos festejar o crime? É isso mesmo?
Diz o leitor: “O Marajó oferece exatamente isso, contato com a natureza e rusticidade, e faz isso muito bem. Búfalos pelas ruas, aves voando, povo agradável entre outros atrativos. Na Disney tudo é falso [inclusive os animais] mas tudo supostamente limpinho. Talvez falte definir melhor o roteiro de viagem.”
Mas ninguém falou na Disney, caro leitor. Você é que falou. E é verdade mesmo. O Marajó é lindo, é tudo isso que você disse e muito mais. Mas tem também furto em pousadas e tem gente disputando alimentos com animais. Vamos mais longe, caro leitor, para lhe deixar talvez mais satisfeito: a Pousada dos Guarás é, sim, um lugar agradável. O poster a conhece. Mas, no lugar agradável que é a Pousada dos Guarás, furtaram a máquina de uma bióloga e um hóspede sentiu repulsa quando viu tucano bicando no recipiente de suco.
Leitor, você conhece o Íbis, o pior time do mundo? Quando ele ganha uma, de 20 anos em 20 anos, ele não passa a ser o melhor time do mundo.
Leitor, você conhece o Manchester, um dos melhores times do mundo? Pois é. Quando perde uma, ele não vira o Íbis.
Leitor, se a Pousada dos Guarás – não fique tão aflito e agastado – é um lugar agradabilíssimo, não deixa de sê-lo quando furtam as coisas por lá. Mas é preciso melhor sempre, em proveito da sua própria imagem e do, vá lá, “sofrido setor do turismo no Marajó.”
Enfim, é isso.
Mas não deixe de ler a íntegra do comentário do leitor. Clique aqui para acessar a caixinha.
Um comentário:
Cuidado blog,
Em outros tempos, diriam que você é subversivo e que estaria a serviço do inimigo (mesmo sem ter um, é claro).
Se você falar mal da imundice do ver-o-peso e das péssimas condições de higiene da cidade (Av Nazaré e 15 de novembro) ocoasionada pelos ambulantes e por quem se serve desses desserviços vão dizer que você é doido.
Governo que não tem ordem, não tem progresso.
Só turistas que residem em cidades piores do que a nossa é que vão achar tudo uma maravilha.
Assaltos acontecem em qualquer parte do mundo, é verdade, mas não é em qualquer parte planeta que temos sugeira, urubus, ratos, baratas, desorganização e falta de educação, além de uma prefeitura que nada faz para melhorar esse quadro.
Veja o exemplo da Av. Nazaré, onde há um ponto chamado de turístico (o Santurário de Nossa Senhora). Por aqui, todos os dias (execeção de domingo) há tudo o que não presta: pontos de táxi clandestinos, inclusive sem banheiro para os motoristas; ambulantes de todos os gêneros, desde o vendewdor de picolé até verdadeiros restaurantes á céu-aberto, inclusive próximos a hospitais; gente entregando papel de propaganda (mão delamare etc.) que caem nas calçadas aumentando a sujeira; não há latas de lixo e a cidade virou urinódromo (isso mesmo, um urinódromo) porque nosso povo masculino acha que mijar na rua é coisa de macho.
Isso é tudo muito triste. Mas temos um consolo. Virão agora para o fórum social mundial mais de 70 setenta mil muchileiros (da Venezuela, da Colômbia, das guianas, do Peru, só países "filé") e que certamente são tão ou mais deseducados do que nós.
Tenho vergonha! É de lamentar! É, na verdade, para chorar!
Anos de descaso, de abandono, de corrupção e um bando de políticos que pensam que entendem de alguma coisa de turismo.
Imagine se não existisse o Forte do castelo, a estação das docas, o mangal... para onde iria o turista que realmente deixa dinheiro? Pra p..........
Continue falando mal, inclusive dos que acham que tudo está uma maravilha, porque certamente estes devem usufruir de benécias que não chegam até nós, o povo.
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