Por Eliane Cantanhêde, sob o título acima, na Folha de S.Paulo:
Diz-se que o PMDB vai fazer isso ou aquilo, vai apoiar fulano ou ficar com a sicrana. OK. Mas o que é e quem é o PMDB?
Jader Barbalho e Renan Calheiros já despencaram, José Sarney está indo ladeira abaixo no Maranhão, Orestes Quércia é personagem só de São Paulo, Sérgio Cabral e Eduardo Paes foram tucanos, estão peemedebistas, são lulistas e podem virar muitas coisas até 2010.
Se um PMDB é forte, é o de Geddel Vieira Lima, que não brinca de esconde-esconde. Com ele, o negócio é escancarado e ele vai logo avisando, a quem interessar possa, que apóia o petista Tião Viana à presidência do Senado e está com Lula e não abre. Mas ele não une o PMDB, nem manda no partido.
Apesar de Sarney estar frágil no Maranhão, leva vantagem. Tem status de ex-presidente da República, sabe ocupar espaços no Congresso e no Executivo e tem bom gênio, o que, em política, conta. É ouvido, influencia. E está sendo assediado pelo PSDB do Serra e pelo DEM do Bornhausen.
A dificuldade: os Sarney (inclusive d. Marly) têm horror a Serra, a quem atribuem a bomba Lunus da Polícia Federal que detonou a candidatura de Roseana à Presidência. E a facilidade: a PF de Lula agora tem pilhas de documentos e suspeitas sobre o empresário Fernando Sarney. Ou seja, se um foi algoz de Roseana e outro é de Fernando, o jogo está zerado e papai Sarney pode se sentir descompromissado com os dois lados.
Por ora, "o PMDB" - seja lá o que isso signifique, além da soma de grupos estaduais e tempo de TV- tenta convencer o tucano Aécio Neves de que quer um nome próprio em 2010. Mas ele não é ingênuo para cair na mesma esparrela de Itamar, Garotinho e outros que entraram no partido para disputar e não tiveram a legenda.
No fundo, o PMDB vai para onde for a economia. O destino do partido está sendo jogado não em Brasília, mas em Washington.
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