segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Lideranças de Serra Pelada vetam nome de interventor

No AMAZÔNIA:

O nome de Luiz Lesse Moura Santos, apresentado pelo procurador-geral do Estado, Ibrahim Rocha, à desembargadora Maria Rita Xavier como presidente da Comissão Interventora da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), foi vetado pelas principais lideranças dos 43 mil garimpeiros. Para eles, o indicado faria parte de um grupo que pretende entregar a exploração de ouro ao controle de uma cooperativa de crédito que empresta dinheiro a juros altos para funcionários públicos federais em Brasília. Além disso, Luiz Lesse Santos teria fortes ligações familiares com um alto funcionário do Ministério de Minas e Energia, o que tornaria suspeita sua indicação.
Em outubro passado, a Justiça do Pará decidiu, por sentença da desembargadora Maria Rita Xavier, que uma comissão composta por sete membros iria comandar por quatro meses os destinos da Coomigasp e promover eleições na entidade. Revoltados com o que classificam de 'estranha manobra' do governo, 300 garimpeiros prometem acampar hoje em frente ao Ministério de Minas e Energia para cobrar explicações e saber se a indicação de Lesse Santos é tarefa somente do governo do Pará ou se também conta com o aval da pasta do ministro Edison Lobão.
De acordo com lideranças dos garimpeiros, o indicado é velho conhecido em Serra Pelada. Ele apareceu no garimpo em 2005, oferecendo ao então presidente da Coomigasp, Valder Falcão, uma proposta considerada 'indecorosa' pelos garimpeiros. Contando com apoio do presidente do Sindicato dos Garimpeiros de Serra Pelada, conhecido por Raimundo Maligno, a proposta tinha a simpatia de algumas pessoas do Ministério de Minas e Energia e consistia no empréstimo de dinheiro aos garimpeiros para que, em troca, a Coomigasp desse como garantia uma parte da mina de Serra Pelada à Sincoob Coominagre Executive, cooperativa comandada por Lesse dos Santos. Caso aceitasse a proposta, a Coomigsp estaria entregando à financeira no mínimo R$ 1 bilhão do ouro a ser explorado nos próximos anos pela empresa canadense Collossus.

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