segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Julgamento levará dois dias

No AMAZÔNIA:

André Barbosa, acusado de ser o 'Monstro da Ceasa', será submetido hoje a júri popular na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. A previsão é que o julgamento dure dois dias. São 29 testemunhas, 18 de acusação e 11 de defesa, que devem esclarecer aos jurados circunstâncias dos crimes e a conduta do acusado. Ele responde pelos crimes de triplo homicídio triplamente qualificado, cujas penas somadas podem chegar a um século de reclusão.
Antes do julgamento, um ato ecumênico organizado pela família das vítimas será celebrado em frente ao Fórum Criminal de Belém. Defesa e promotoria prometem um embate com apresentação de vídeos e documentos para comprovar suas teses.
De um lado a promotora de Justiça Rosana Cordovil levará ao salão do júri um vídeo com a confissão de André Barbosa, aliado a depoimentos como o de Marcelo Viana, acusado por André de ser o responsável pelos crimes, e da criança vítima de atentado violento ao pudor, que levou a polícia ao acusado.
Do outro, o defensor público Hedy Carlos Soares, que assumiu recentemente o processo por intimação judicial depois que os advogados renunciaram o caso, com a alegação de que André não cometeu os crimes e que o processo está recheado de falhas.
'Não tenho dúvidas que o André será condenado e com o rigor da pena máxima. Não tem como negar, ele confessou, as testemunhas confirmam e as provas, como o líquido espermático encontrado também é dele', diz Rosana Cordovil.
Hedy Carlos rebate que 'o DNA apresenta falhas e a polícia também deixou de investigar outras pessoas e se concentrou no acusado'.
Os crimes das matas da Ceasa vieram à tona com o desaparecimento de Adriano Augusto Nogueira Martins, que desapareceu da casa dos no 10 de janeiro de 2007, cujo corpo foi encontrado um dia depois. Ruan Valente Sacramento, que, assim como Adriano, tinha 14 anos, saiu da residência dos avós, que o criavam desde pequeno, ainda pela manhã, dizendo que brincaria de bola em frente ao imóvel. Na tarde do mesmo dia, o corpo dele foi encontrado nas matas da Ceasa.
A última vítima a ser identificada e a primeira morta foi o menino José Raimundo de Oliveira, de 11 anos, que desapareceu no dia 16 de dezembro de 2006. O corpo dele foi encontrado quatro dias depois, sem cabeça, sem órgão genital e em avançado estágio de decomposição. O corpo não foi identificado, sendo enterrado como indigente no cemitério do Tapanã. Meses depois, a Polícia solicitou ao Renato Chaves que fossem feitos exames de DNA em amostras do cadáver. A confirmação de que se tratava de José Raimundo veio seis meses depois do corpo ter sido encontrado.
André Barbosa só foi preso em 10 de fevereiro deste ano, acusado de violentar um menino na quarta-feira de cinzas. Ele confessou o crime à polícia. Mas durante o primeiro interrogatório judicial negou a autoria e apontou Marcelo Viana como o autor. Viana vai depor como testemunha de acusação e a promotoria defende a tese que ele poderia ter sido uma vítima do 'Monstro da Ceasa'

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