quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Bicheiros abrem as bancas

No AMAZÔNIA:

Apesar da ameaça da polícia e do Ministério Público Estadual de fechar todas as lojas e bancas de jogo do bicho em Belém, um dia depois de a Polícia Federal (PF) e o Grupo Especial de Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas (Geproc), do MP, estourarem a principal agência do jogo do na capital, os pontos de apostas funcionaram normalmente. Nem mesmo as casas da marca Parazão, apontada pelos investigadores como a central do jogo do bicho por reunir todas as siglas do jogo em Belém e onde ocorreu a ação da PF na terça-feira à tarde, mantiveram as portas fechadas, ontem de manhã.
Em uma das lojas do grupo, localizada na travessa Curuzu, bem na esquina da avenida Almirante Barroso, no Bairro do Marco, uma funcionária e um 'segurança', que não quiseram se identificar, informaram que receberam 'ordem' para funcionar normalmente. 'Mandaram a gente abrir a loja, então abrimos. É nosso trabalho', afirmou a funcionária. Ela, no entanto, não sabia dizer de quem partiu tal ordem e, segundo informou, desconhecia o motivo pelo qual uma das lojas havia sido fechada na véspera. 'Soubemos apenas que não teria o Corujão (último sorteio do jogo do bicho)', disse.
Pelas ruas, onde funcionam várias bancas de apostas - os chamados apontadores do jogo do bicho - a situação era a mesma. Todos diziam ter recebido orientação para funcionar, mas não sabiam explicar de quem partiu a autorização. 'Liguei para a central do Parazão logo cedo e me disseram que hoje funcionaria normalmente', contou o proprietário de uma loja na avenida Governador José Malcher. O movimento, segundo ele, é que não foi normal. 'Até agora não fizemos nenhum jogo. Os jornais estamparam que as lojas seriam fechadas pela polícia e as pessoas ficam com receio', comentou, já no final da manhã.
Tanto os apontadores quanto os funcionários das lojas de jogo do bicho fizeram questão de condenar a ação do MP e da PF. 'Enquanto não vierem me tirar daqui vou continuar fazendo o jogo. Dependo disso para sobreviver, é daqui que tiro meu ganha pão', reclamou uma mulher que mantém uma banca de apostas e outra de guaraná natural na avenida 25 de Setembro, próximo ao Bosque. 'Isso aqui ontem (terça-feira) foi uma choradeira. O jogo do bicho emprega muita gente, as pessoas estão com medo de ficar desempregadas', afirmou um homem que se identificou apenas como Celestino. Ele é dono de uma loja de jogo do bicho, também na 25 de Setembro, e disse empregar quatro pessoas, além de manter 53 apontadores espalhados pela cidade.

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