Por Francisco Sidou, jornalista
O governador Helder Presente anunciou apoio oficial ao Festival de Cinema em Alter-do-Chão, realizado sem muita repercussão em outubro/2019, projeto apresentado pelo deputado federal paraense Airton Faleiro e avalizado pela jovem secretária de Cultura, Ursula Vidal.
A iniciativa foi das mais louváveis para
impulsionar o turismo naquele aprazível recanto de um país chamado Pará,
abençoado por Deus e pela própria Natureza. O único problema para se alcançar
maior sucesso l em tal empreendimento foi a falta de suporte nos transportes
para chegar lá. Com o fim das empresas aéreas regionais, como a Paraense
Transporte Aéreos (PTA) e a Taba , engolidas pelo gigantismo das grandes
voadoras, que determinam, por força de seu poderoso lobby , a distribuição das
linhas que desejam operar, no caso só o "filé", muitas cidades da
Amazônia ficaram sem voos regulares.
Santarém, por exemplo, ainda é servida por
alguns voos nacionais. Mas outros municípios do Pará e da Amazônia só podem ser
visitados por turistas em barcos e navios , em viagens de longa duração. No
caso de Santarém, há situações em que o passageiro embarca no avião em Belém e
faz uma estranha escala em Brasília.
Os custos das passagens aéreas estão nas
alturas, justamente por falta competição saudável no mercado aéreo. O turismo
na Amazônia só irá decolar com o ressurgimento de empresas aéreas regionais,
com linhas interligando as cidades do hinterland.
E o avião mais adequado para a nossa região é o modelo anfíbio. Nos tempos da
Panair do Brasil, eles eram as estrelas da Companhia. Transportavam
passageiros, cargas leves e ainda interligavam a Amazônia com o Correio Aéreo
Nacional. Não se trata de saudosismo, mas de uma constatação de que eles
poderiam continuar prestando valiosos serviços às populações ribeirinhas e
amazônicas,a custos bem menores que os gigantes do ar.
Existem hoje operando nos Estados Unidos, na
Europa e na China modernos hidroaviões (como nas imagens), prestando
inestimáveis serviços no interior daqueles países. A nossa sugestão ao
Governador Hélder Presente é a seguinte: por que não juntar esforços com os
seus colegas governadores do Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima,também
com suas bancadas de parlamentares no Congresso Nacional na apresentação de um projeto
de lei abrindo o mercado aéreo na Amazônia para operação de empresas regionais?
Certo que as grandes empresas não querem, mas
também elas vão acabar percebendo que o mercado na Amazônia é diferenciado e
pode ser operado com muito maior sucesso e lucro com aviões anfíbios. Caso não
se interessem, os chineses estão ávidos para investir em modais de transportes
na Amazônia.
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