Por que os bons têm que morrer?
Por que morrem os bons?
Por que também precisam ser mortais?
Nossa comoção, nossa estupefação, nossa insistente
descrença de que a vida, inexoravelmente, haverá de ter fim sempre nos dominam
quando assistimos à partida de gente como Bruno Sechi (na foto belíssima de César Perrari/O LIBERAL).
Padre Bruno Sechi.
Pároco da Igreja de São Domingos de Gusmão,
no bairro da Terra Firme, coordenador da Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz,
fundador e coordenador geral do Movimento República de Emaús, ele morreu
nesta sexta-feira (29), aos 80 anos, vítima da Covid-19.
No início da noite, foi encontrado
desacordado em seu escritório, na sede do Movimento Emaús, no bairro do Bengui.
Ainda chegou a ser levado à UPA da Marambaia, mas ali foi constatado que já não
tinha vida.
Padre Bruno era um homem terno, cordial, de fala
mansa.
Mas foi um guerreiro cujos sentimentos de
respeito e amor à vida humana enchiam-lhe de vitalidade e força incomparáveis
para ajudar os que mais precisavam.
Foi assim que criou o então chamado Movimento da
República do Pequeno Vendedor, para retirar das ruas meninos e meninas que
sobreviviam da venda de produtos diversos e estavam expostos ao risco de
violência, além de afastados da escola.
Sua vida é o roteiro de um filme.
De um filme que exalta a nobreza de caráter
posta a serviço da dignidade humana.
Vítima da Covid-19, Padre Bruno é mais um, entre milhares de paraenses e brasileiros, que essa doença transforma de número em nome, de número em rosto.
É muito doloroso para nós que o tenhamos
perdido.
Um comentário:
Muito triste. Um grande homem, guerreiro.
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