segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Debandada no primeiro escalão do governo é surpreendente

Até o início da semana passada, a primeira seguinte às eleições que apontaram a derrota da governadora Ana Júlia Carepa (PT) para o tucano Simão Jatene, imaginava-se que Sua Excelência, daqui até 1º de janeiro de 2011, quando passará a faixa ao sucessor, se limitaria a tocar o barco.
Que nada!
O governo de Sua Excelência, mesmo em ritmo de desaceleração, continua a produzir algumas coisas – que não são factoides, vale dizer - que chamam atenção.
Primeiro, ela passou a mão na caneta e se pôs a exonerar freneticamente assessores especiais.
Até agora, foram mais de 400.
Estima-se que a, digamos, desinflação continuará por toda esta semana, ainda em ritmo frenético.
E o que se diz é que as exonerações atendem ao propósito de equilibrar – se é que isso será possível – as contas do governo, que estaria com dificuldades para fechar a folha de pagamento de dezembro, que inclui o décimo-terceiro salário.
Mas quem imaginava que as exonerações se limitariam aos assessores especiais enganou-se redonda e quadradamente.
Em três dias, três Excelências do primeiro escalão do governo deram no pé.
Picaram a mula.
Rasgaram do governo.
Primeiro, Sua Excelência o secretário de Educação, Luiz Cavalcante (na foto, o segundo da esquerda para a direita).
Depois, a secretária de Saúde, Sílvia Cumaru.
E por último, mas não menos importante, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Aníbal Picanço.
Chama atenção um ponto comum entre os três.
Nenhum dos exonerados disse claramente por que, afinal, está deixando o cargo a menos de dois meses da data em que a governadora vai passar a faixa.
O caso de Picanço, por exemplo, é curioso.
No dia 3 de novembro último, um decreto assinado por Ana Júlia autorizou o secretário a tirar férias no período de 4 de novembro a 3 de dezembro.
Pois no dia 4 de novembro saíram dois decretos: um tornava sem efeito o que concedera as férias ao então secretário; outro o exonerava do cargo, a pedido.
A pedido?
Hehehe.

2 comentários:

Paulo Mendes disse...

O pescador e a ventania

Os governadores eleitos ou reeleitos já começam a se movimentar para receber a compensação das perdas provocadas pela lei Kandir, que prejudicou o Pará de forma cruel. Geraldo Alckmin, de São Paulo e Marconi Perillo, de Goiás, tucanos de carteirada, definiram que o assunto é prioritário na agenda. Mas na reunião desses dois ai, em São Paulo, faltou um tal de pescador loroteiro (existe pescador que não conta potoca?) que naquela hora estava pescando. É ele mesmo, o cara que nem bem assumiu e já está descansando. E vejam bem: estão em jogo 19,5 bilhões de reais, dos quais uma grande parte deve vir para o Pará. Pesque-se com uma ventania dessas...

Jornalista disse...

Paulo(s)
Isso é tremendamente injusto.
Porque a proposta sobre a lei Kandir que Alkimin tirou do bolso foi feita pelo pescador.
É, é isso mesmo.
Ele começou sozinho essa batalha, há seis anos. Lembra, ou desmemoriou?
E, Paulo(s): em tempos de internet, quando pudemos ver o primeiro ministro da Finlândia governando num aeroporto, na crise do vulcão europeu, não estar presente não significa estar ausente.

Ana Diniz