Jader Barbalho, deputado federal e presidente regional do PMDB do Pará, renunciou formalmente ao mandato por meio de carta que protocolou na manhã desta terça-feira na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, segundo informou o jornalista Lauro Jardim.
Mas por que renunciou?
Por que saiu fora, a menos de 60 dias de se extinguir o mandato, quando os novos eleitos tomarem posse no início de fevereiro do ano que vem?
O Espaço Aberto conversou há pouco com uma fonte muito próxima a Jader.
Ele explicou que o parlamentar amadureceu a decisão no final de semana, depois de pesar prós e contras.
Pesando-os, chegou à conclusão de que os prós aconselhavam a renúncia como a melhor alternativa.
O deputado, segundo garantiu a fonte, ainda cogitou em se licenciar, mas achou melhor a renúncia.
E as razões da renúncia, por mais contraditório que possa parecer, consistem essencialmente numa só: Jader é candidatíssimo a novas eleições para o Senado; se houver eleições, é claro.
E nessa condição, de candidatíssimo ao Senado se novas eleições houver, ele tem se dedicado todo dia, e praticamente o dia todo, a entendimentos, articulações, a estudos jurídicos, a simulações de cenários sobre a batalha judicial que o pedido de um novo pleito poderá deflagrar, enfim, o deputado só pensa naquilo, numa nova contenda eleitoral, o que lhe retira tempo e energia para cuidar de outras questões para as quais tem sido constantemente chamado.
E assim é que Jader, mesmo depois de ter o registro de sua candidatura fulminado pela Lei da Ficha Limpa, vem sendo demandado pela direção do seu partido, em Brasília, para discutir questões relacionadas ao preenchimento de cargos por peemedebistas no governo Dilma. Aqui pelo Pará, tem sido acionado constantemente para articular a participação do PMDB no governo Jatene.
Além disso tudo, precisa se dedicar pessoalmente, e com o maior empenho possível, para salvar a própria pele, ou melhor, para viabilizar as novas eleições - uma tarefa que ele mesmo sabe ser dificílima - e sair candidato depois de 31 de janeiro, quando já não mais estará inelegível.
E mais: por tudo isso, por todas essas demandas, por todo esse acúmulo de atividades, o deputado tem se ausentado mais ainda da Câmara. E todo mundo está de olho nele, para contar suas faltas e pintá-lo como gazeteiro, fator de desgaste político para o parlamentar.
Por essas e outras, segundo a versão da fonte que o Espaço Aberto ouviu ainda há pouco, o deputado chegou à conclusão de que não faria a menor diferença abrir mão de 30 ou 60 dias de mandato, num período em que, a rigor, os trabalhos na Câmara estão em processo de crescente esvaziamento, típico de final de legislatura.
Tendo chegado a essa e outras conclusões, Jader preferiu renunciar.
Renunciando, abriu vaga para a suplente Ann Pontes, que já foi deputada federal e titular da Paratur no governo Ana Júlia por algum tempo.
Ela é que assumirá no lugar de Jader, neste restinho de legislatura.
3 comentários:
Vai perder tempo. Esse já era. Tem que sair pelas portas do fundo. Só vai gastar dinheiro e a nossa maculada paciência
Muito estranho... Será que não existe algum processo rolando e pronto para sair? Se afirmativo, acabaria com as chances de uma nova candidatura.
Daí o motivo da renuncia antes de consumado o fato.
Fez isso só pra criar um fato político e tentar se fazer de vítima
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