quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Começou o quebra-pau. Republicanamente, é claro.


Olhem só.
No dia 12 deste mês, uma sexta-feira, o Espaço Aberto fez uma postagem sob o título E se os números do governo forem maquiados? E aí?
Disse o blog, num dos trechos.
Oficialmente, vocês sabem, [a transição] já começou.
Já começou republicamente.
Com rapapés, sorrisos, risinhos, manifestas intenções republicanas de transparência e tudo mais. Mas só quando os números forem retirados do fundo dos baús é que a parada vai começar.
Na última segunda-feira, dia 22, este blog fez outra postagem. O título: A nova fase da transição:
Dizia o seguinte:

Edilson Rodrigues e Sérgio Leão, os dois homens da transição, um representando Ana Júlia (PT), outro Simão Jatene (PSDB), se encontram no final da tarde de hoje, às 17h.
Rodrigues vai entregar a Leão as informações que o futuro governo tucano pediu ao governo petista.
Aí é que vamos ver como é que as coisas se processam.
Vamos ver a transição vai continuar republicanamente ou se republicanamente vai desandar em suspeitas, desmentidos e contraditas sobre os números que forem apresentados.
E mais: a partir de hoje é que veremos se os números são de fato verdadeiros ou se dão ensejo a que se desconfie de que não estão assim, como diremos, em sintonia com a realidade.

Ontem, terça-feira, Sua Excelência o doutor Simão Jatene participou em Brasília de reunião para discutir o Orçamento 2011 - o federal, não o estadual.
Vejam aí, nas fotos acima, de Carlos Silva, imagens do governador eleito com membros da bancada federal paraense, inclusive o senador Flexa Ribeiro.
Pois é.
O Diário do Pará, em sua página 3 do primeiro caderno, traz matéria assinada pela correspondente em Brasília, Luiza Mello.
Olhem aqui o lead (abertura) da matéria.

Em sua primeira visita oficial a Brasília, o governador eleito Simão Jatene deixou claro que não há sintonia entre as equipes que estão fazendo o processo de transição de governo. Segundo ele, faltam informações e dados que ainda não foram repassados pela equipe de transição. Em entrevista à Imprensa, Jatene não poupou críticas à falta de transparência e disse que o orçamento encaminhado pela governadora Ana Júlia à Assembleia Legislativa "é uma peça fictícia".
Então é assim.
Republicanamente, já começou o quebra-pau.
Ainda nem se abriram as caixas verdes, e o sarrafo já está comendo solto.
E, apostem, ainda vai aumentar.
Tudo republicanamente, é claro.
Ah, sim.
E por falar em falta de transparência, em quebra-pau, em desmentidos, suspeitas e contraditas, leiam a postagem abaixo.
Trata-se de manifestação da Asconpa.
É que o governo garante que só existem 700 temporários no Estado.
Seis mil menos 700 resulta, a bico de lápis - e de calculadora -, em 5.300.
O governo, diz a Asconpa, cometeu um pequeno engano.
De apenas 5.300 temporários.
Hehehe.
Agora é que começou a transição.
A transição, agora é que começou.

2 comentários:

Anônimo disse...

PB, pelas fotos tá parecendo que o quebra pau começou mesmo foi entre os tucanos. E parece que um dos motivos é a PEC 300, que a bancada tucana tanto defendia e que o Jatene e vários governadores são contra.
A PEC 300 prevê a equiparação salarial da Polícia Militar em todo Brasil com a do Distrito federal.
Você podia nos informar melhor sobre isso.

Anônimo disse...

Governadores protestam contra PEC dos policiais

Cristiane Jungblut e Isabel Braga

Governadores e ministros fizeram ontem apelo para que a Câmara não vote agora a PEC 300, que cria um piso nacional para policiais civis e militares.

O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) avisou que a medida terá impacto de R$ 43 bilhões/ano para União e estados. Os líderes avisaram que há pressão de deputados e setor para que a PEC seja votada.

O impasse pode inviabilizar a votação de dois outros pleitos dos governadores: o projeto que prorroga mecanismos da Lei Kandir e a PEC que prorroga o Fundo Nacional de Combate à Pobreza.

As questões foram debatidas em reunião com o presidente da Câmara e vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP); dois ministros; sete governadores ou vices eleitos; e parlamentares.

Os governadores sugeriram encontro com a presidente eleita, Dilma Rousseff.

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) avisou que o PDT colocará a PEC 300 em votação se houver sessões extraordinárias para votar projetos de interesse dos governadores.