quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A pedagoga, o TCE e o paneiro de açaí


O preenchimento de vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, por indicação da governadora Ana Júlia, tem produzido especulações das mais saborosas.
Especula-se, por exemplo, que personagens como o advogado Floriano Barbosa Júnior e o atual consultor-geral do Estado, o advogado Carlos Botelho, um dos integrantes do chamado núcleo duro, estão no páreo.
Mas nos últimos dias produziu-se um fato dos mais interessantes.
Apresentou-se como candidata - ou pré-candidata - uma pedagoga.
Sua Senhoria pediu que uma amiga comum, dela e da governadora, funcionasse como intermediária para articular junto ao presidente de respeitável entidade o apoio para que seu nome - dela, o da pedagoga - seja o indicado para ocupar a vaga no TCE.
Não se sabe se a intermediária chegou a falar com o presidente da entidade.
Mas uma coisa é certa: a pedagoga, em relação ao requisito notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública - discriminado no artigo 119 da Constituição Estadual como essencial para alguém que aspire ao cargo de conselheiro do TCE -, mal consegue distinguir um mandado de segurança de um paneiro de açaí, como um desses daí da foto.
Se a governadora Ana Júlia realmente vier a indicar a pedagoga como conselheira da augusta Corte de Contas do Estado do Pará, fechará seu governo com a mesma e tronituante (toma-te!) repercussão nacional que seu governo alcançou quando, em 2007, assinou decretos nomeando sua cabeleireira, Manoela Figueiredo Barbosa, e sua esteticista, Franciheli de Fátima Oliveira, como assessoras especiais, lotadas no gabinete da governadoria.
Aliás, há um detalhe nada desprezível - muito pelo contrário.
A governadora pode até indicar quem quiser para a vaga no TCE.
Mas a Assembleia não tem prazo para submeter o indicado à tradicional sabatina e nem tampouco para votar a indicação em plenário.
Ou por outra: Ana Júlia pode até indicar - advogado, pedagoga ou seja lá quem for - alguém para a vaga, mas a votação pode ocorrer apenas a partir de 2011, quando ela não será mais governadora.
Assim, a pedagoga precisa correr rápido.
Se quiser ser conselheiro da TCE, precisa recrutar mais intermediárias.

10 comentários:

Ricardo Teles disse...

O conselheiro Zeca Araújo era professor de filosofia, contratado do Estado, na Escola Estadual Deodoro de Mendonça e ninguém se incomodou com isso. Ô raça de gente mal informada! Deveriam fazer jornalismo investigativo, mas não, o que gostam é de fofoca.
Procurem construir acêrvos.

Anônimo disse...

Se um educador não tem capacidade de assumir uma função pública quem mais TEM??? todos os profissionais sem exceção passam primeiramente por este profissional. E mais a Conselheira Lourdes Lima é Pedagoga - prenconceito tem limites....humm qual é mesma formação dos Conselheiros do TCE???

Anônimo disse...

Esse pessoal acha mesmo que o Estado é coisa de amigos e parentes.

Anônimo disse...

Pelo que se vê nos comentários, só tem caboco "competente mermu" nessa sinecura.
E pra quê atender a exigência de notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública - discriminado no artigo tal..? só pra atrapalhar, né?
Lamentavel realidade.
Se alguém se dispuser a investigar os que lá estão, vai encontrar muito caboco que "mal consegue distinguir um mandado de segurança de um paneiro de açaí", ora se não...
Ei, psiu, dona governadora, eu também quero uma boquinha dessa. Pelo menos, de açaí eu conheço...quáquáquá.

Anônimo disse...

Prezados quero dizer que a atual presidente do TCE é pedagoga, formada pela UNAMA é só pesquisar ou perguntar pra excelência, com isso vcs já poderiam sugirir a saída dela do TCE, pois segundo o raciocínio ela não teria o tal conhecimento jurídico, contábil e econômico.Acho se fossemos levar em conta esse crítério quase todos os conselheiros sairiam, pois em sua maioria foram indicados por questão política.Na verdade o problema não está relacionado a profissão, mas sim na sua conduta moral e ética, características fundamentais para quem vai exercer um cargo público.

Anônimo disse...

Essa amiga, se fosse amiga de verdade, aconselhava a governadora a não passar mais essa vergonha na ALEPA.

Anônimo disse...

caro anônimo, tanto o Zeca Araújo quanto a Lurdes Lima, exerciam mandato parlamentar, por isso foram indicados. Não parece ser esse o caso.

Anônimo disse...

KKKKK Vc esqueceu que a presidente do TCM é pedagoga?

Anônimo disse...

Ana Júlia não indicará ninguém para o TCE.
A não ser que queira ser a Governadora mais desmoralizada que o Estado já teve.
Perdeu o tempo... devia ter feito até maio, junho, quando as negociações ainda estavam sendo processadas.
Agora é tarde.
Pra quem conseguiu ter um veto rejeitado (e olha que não é fácil derrubar um veto), ter uma indicação para o TCE rejeitada seria a coroação da incompetência política deste Governo que sai.
PSDB/PMDB/DEM/PTB/PPS/PR, que aspiram poder ganhar a vaga, já estão armados para rejeitar o nome de qualquer "cumpanhero".
Quanto aos requisitos para o cargo, não é porque para lá já foram indicados pedagogos, engenheiros e outros bacharéis que até hoje não sabem diferenciar direito adquirito de ato jurídico perfeito, nunca é tarde para começar a fazer o certo.
Este tribunal é um tribunal de faz-de-contas, precisa mostrar pra sociedade sua serventia, sob pena serem extintos por eventual reforma constitucional.
E, diga-se de passagem, parte dos atuais conselheiros, pelo menos do TCE, já começam a ter um perfil técnico.
O resquício que há de politicagem e falta de capacidade técnica, longe de ser estimulada, deve ser combatida.
Perfil técnico há de prevalecer! Xô pedadogos, xô manicures, xô cumpanhêros.
Cumpanhêro professor espoca urna, que até escolheu gabinete, que vá procurar um quadro negro pra lecionar.

Anônimo disse...

Será que a Governadora Ana Júlia, ao encenar o último ato de sua peça governamental, vai perder para o ex-Governador Carlos Santos?