Do leitor Renato, sobre a postagem Índice de evasão escolar no Pará supera média nacional:
Enquanto isso, o governo que diz que sua maior obra são as pessoas, incentiva o jovem a sair das salas de aula, oferecendo internet de graça na Casa da Juventude, dando bolsa trabalho e outras ações na contramão do que efetivamente deveria estar sendo feito: oferecer um ensino de qualidade que atrai os jovens.
Além disso, mantém uma Universidade (Uepa), cujo vestibular é excludente para o aluno do ensino público.
Explico: o vestibular (Prosel) em fases é bom para quem estuda em cursinho que faz revisão da 1ª e 2ª serie (primeira e segunda fase do Prosel). Quando um aluno de escola pública vai se lembrar hoje de um conteúdo (mal) dado há dois anos?
2 comentários:
O reflexo disso é que mais de 80% dos candidatos não passaram para a terceira fase.
Não é o vestibular da Uepa que é excludente. O que exclui os alunos é a falta de investimentos na escola pública (ensino básico): prédios deteriorados, professores mal pagos e falta de estrutura/equipamentos para que os docentes deem suas aulas com os mesmos recursos disponibilizados em muitas escolas particulares (bibliotecas/data show/quadro magnético e outros).
Teoricamente, a conclusão do ensino médio é a credencial para ingresso do aluno no ensino superior. Isso não ocorre porque a demanda é maior do que o número de vagas. Mas em termos de conhecimento, todos deveriam estar (mais uma vez teoricamente) pelo menos nivelados. Se isso não ocorre para os alunos da rede pública, alguma coisa vai errado.
A exclusão, portanto, não é feita pela Uepa. É feita antes do ensino superior. E não deve ser a criação de cotas que vai resolver essa situação. Seria injusto com quem estudou, se preparou. Tem é que melhorar o ensino médio na rede pública para que todos cheguem com o mesmo nível de conhecimento no ensino superior, independentemente de onde estudou antes. Caso contrário, daqui a pouco o terceiro grau será nivelado por baixo.
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